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O primeiro dos 10 dias de negociação que restam até Paris

Segunda-feira, 31.08.15

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Começou hoje a penúltima etapa para um acordo global em Paris. Esta semana em Bona e depois novamente nesta cidade entre 19 e 23 de outubro, há apenas 10 dias de negociações antes de se chegar a Paris, à COP21, para o eventual e esperado acordo climático global. Os governos têm o tempo contado para chegar a decisões políticas fundamentais, bem como para garantir o necessário nível de precisão dentro do texto negocial que resultou da reunião de Genebra em fevereiro deste ano. O texto de negociação está agora segmentado em três secções com elementos essenciais em discussão: Secção I contém texto relacionado com o núcleo do Acordo; a Secção II tem elementos a serem abordadas através de decisões da COP; e a Secção III contém texto em que há desacordo quanto a ele pertencer à componente jurídica/legal do acordo jurídico ou se a uma decisão da COP. A Secção III contém numerosos elementos-chave que são necessários para um acordo ambicioso em Paris e precisam ser movidas para qualquer Seção I ou II. Alguns elementos na Seção II devem ser cuidadosamente considerados para a colocação no núcleo do acordo legal dado que vão desempenhar um papel fundamental na ambição e equidade do acordo de Paris. Os negociadores devem construir sobre os progressos alcançados na sessão anterior realizada há poucos meses em Bona, trabalhando para superar as diferenças sobre questões-chave e avançar no sentido da convergência, em vez de continuar a negociar um texto onde cada país continua a insistir na preservação de suas próprias propostas. Colmatar as diferenças dentro do texto significa não apenas insistir em ajustes da linguística utilizada, mas também requer a introdução de nova linguagem que deverá ser desenvolvida de forma colaborativa no âmbito dos diversos grupos de contactos, com co facilitadores desempenhando um papel fundamental na identificação de convergências emergentes. Esta sessão deve construir sobre o consenso já alcançado em várias questões-chave nas discussões ministeriais informais coordenadas pelas presidências francesa e peruana, tais como: a necessidade de um ciclo de revisão de 5 anos, um regime de transparência pós-2020 comum, e a durabilidade do acordo. Os delegados precisam de usar o tempo em Bona para ajudar a refinar e elaborar sobre os consensos alcançados, identificando pontos de discórdia sobre questões devem ser abordadas nos próximos debates ministeriais. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse recentemente "Espero que os negociadores e ministros olhem para além dos seus interesses nacionais" e para acelerar o progresso para um Acordo eficaz em Paris, isso é absolutamente crucial.

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publicado por Quercus às 14:10


1 comentário

De Humberto a 01.09.2015 às 12:32

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- «acordo global», envolver os países pobres nos problemas dos ricos, pois então;

- «eventual e esperado acordo climático global», palavreado modesto para reforçar a ideia do esforço envolvido e da importância que lhe dão;

- «decisões políticas fundamentais» e não decisões ambientais fundamentais como deveria ser mas isto já não é novidade nenhuma;

- «insistir em ajustes da linguística utilizada», não tenham cuidado com as ratoeiras postas no texto e depois queixem-se que foram enganados a ver se alguém acredita;

- «introdução de nova linguagem», à semelhança da introdução de "alterações climáticas" na linguagem utilizada para substituir a descredibilizada expressão "aquecimento global" na tentativa de nos ludibriarem por mais uns anos;

- «grupos de contactos, com co facilitadores desempenhando um papel fundamental na identificação de convergências emergentes», ou seja, para bom entendedor é gente bem formada na arte do assédio, manipulação e coacção até não se ter mais por onde fugir;

- «ciclo de revisão de 5 anos», rever não é renegociar, portanto, nada de se porem a imaginar uma coisa que não fica lá escrito;

- «regime de transparência pós-2020 comum», claro, claríssimo, porque isto da transparência é só mesmo para alguns enquanto outros ficam com rédea livre para fazerem à vontade o que bem quiserem e entenderem prometendo que depois também eles serão transparentes... talvez lá para 2021 ou coisa assim, promessas de políticos - não se pode dizer que não sejam espertos;


- «Ban Ki-moon, disse recentemente "Espero que os negociadores e ministros olhem para além dos seus interesses nacionais"», apenas um apelo aos países mas Ban Ki-moon não pode ser assim tão ingénuo e tem saber que todo este assunto só tem a ver com os interesses nacionais, com a sobreposição dos interesses nacionais de uns sobre os outros, com a manutenção ou possível aumento da esfera de influência dos grandes sobre os não tão grandes e sobre os pequenos mas estes já pouca ou nenhuma luta dão.

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