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Impasse na #COP21

Quinta-feira, 10.12.15

Ativistas da Rede europeia de Ação Climática (CAN, na sigla inglesa), que inclui a Quercus, fazem ponto de situação (em inglês) das negociações na #COP21, num momento decisivo mas ainda de impasse na véspera do último dia, em que todos aguardam pelo próximo projeto de texto do Acordo de Paris:

Em aberto continuam temas com o grau de ambição do acordo, o papel mais ou menos positivo da União Europeia, e os compromissos de financiamento das medidas previstas.

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publicado por Quercus às 17:03

Divulgada nova versão de um dos principais textos negociais da #COP21

Quinta-feira, 03.12.15

Acaba de ser disponibilizada uma versão consolidada da proposta de decisão do Grupo de Trabalho Ad Hoc da Plataforma de Durban para uma Ação Reforçada (ADP), relativa aos temas 1 e 2: novo acordo climático global a ser aprovado em 2015 e reforço das metas para o período pré-2020, respectivamente. Esta versão do documento tem ainda 50 páginas, apenas menos 4 do que a versão que existia no início da #COP21, contendo ainda muitas opções em aberto:

Draft agreement and draft decision on workstreams 1 and 2 of the Ad Hoc Working Group on the Durban Platform for Enhanced Action de Quercus ANCN

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publicado por Quercus às 11:12

Negociadores deixam Bona com um apelo para um compromisso urgente

Sexta-feira, 04.09.15

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Hoje acaba a penúltima sessão negocial antes de chefes de estado, ministros e delegados reunirem em Paris, no final do ano,  para terminar um acordo que deverá ser global e universal.

Por todo o mundo, aumenta o apoio público para a necessidade de uma ação climática, mas os progressos à mesa das negociações e sobre o próprio texto continuam por acontecer. Enquanto os recordes de temperaturas máximas continuam a cair e o mundo é varrido por temperaturas extremas, secas, incêndios florestais, os cidadãos pedem uma ação rápida e um acordo forte em Paris.

Esta semana, em Bona, os negociadores debruçaram-se sobre uma nova ferramenta para orientar as negociações. Embora não tenha ficado refletido no texto, houve uma nova disposição por parte dos países para abrir a discussão, e em maior detalhe, sobre potenciais barreiras como as perdas e danos, diferenciação, financiamento e um mecanismo para intensificar a ação climática nos próximos anos.

O relógio das negociações está a acelerar e os delegados não podem ficar à espera até à próxima ronda negocial em outubro, novamente em Bona. É necessário encontrar compromissos para as principais questões pendentes. Precisamos de uma compreensão entre as partes, melhor do que até agora foi conseguido, para construir um acordo global em Paris que possa assegurar a ação para um clima seguro no futuro.

É cada vez mais claro que vamos ter um acordo em Paris. A questão agora é que tipo de acordo vamos ter - e se será um bom acordo. Neste momento, os compromissos nacionais apresentados pelos países não mantém o aumento global da temperatura abaixo dos 2 graus Celsius, muito menos abaixo do 1,5ºC. Um bom acordo tem de permitir que todos os países aumentem continuamente o nível da ambição no seu esforço de redução de emissões, de proteção aos mais vulneráveis e de prevençãodo cenário mais catastrófico das alterações climáticas.

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publicado por Quercus às 17:00

Períodos de compromisso de 5 anos: não é apenas um paixão de adolescente!

Quinta-feira, 03.09.15

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Há rumores a circular nos bastidores de Bona que alguns países estão a interpretar de forma imprecisa as posições da União Europeia (UE). Aparentemente, uma das principais mensagens que circula é que a proposta da União Europeia para um período de compromisso de 10 anos está a tornar-se uma obsessão, com poucas hipóteses de voltar atrás. As ONG discordam.

 

Não existe legislação em vigor que possa dificultar a adoção de um período de compromisso de 5 anos por parte da UE, mesmo que haja resistência política a partir de certos pontos de vista. A Quercus e as restantes associações de defesa de ambiente europeias têm a firme convicção de que vários Estados-membros reconhecem o mérito em estabelecer períodos de compromisso mais curtos, durante os quais se promove o progresso tecnológico e económico, protege contra a falta de ambição (política), e responde mais rapidamente às consequências cada vez mais graves das alterações climáticas.

 

A decisão da UE sobre a duração dos períodos de compromisso de um acordo internacional para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa será feita por motivos puramente políticos. É de senso comum que as  vontades políticas mudam tão depressa como as paixões de adolescentes. Os países que têm defendido o período de compromisso de 5 anos devem manter forte pressão junto da UE - a janela de oportunidade ainda não está fechada! A legislação que está em preparação tornará esta alteração muito mais difícil, por isso este é o tempo para atuar com determinação e rapidez!

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publicado por Quercus às 13:43

Governação climática não chega para ficar abaixo dos 2ºC

Quarta-feira, 02.09.15

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Os objetivos climáticos nacionais (INDC) até agora apresentadas à ONU pelos governos presentes em Bona, não é suficiente para manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC, mostra o estudo divulgado hoje por 4 identidades independentes e liderado pelo Climate Action Tracker (CAT).

Vinte e nove países, que representam cerca de 65% das emissões globais, já apresentaram as suas contribuições nacionais (INDCs, na sigla em inglês). O CAT avaliou 15 INDC, correspondente a 64,5% das emissões globais. Nesta avaliação apenas 2 países apresentaram INDC "suficientes" coerentes com o objetivo dos 2ºC: Marrocos e Etiópia. A avaliação de adequação "média" foi atribuída a 6 países (China, União Europeia, México, Noruega, Suíça e Estados Unidos da América). As contribuições de Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Singapura, Coreia do Sul e Rússia foram consideradas inadequadas, por não serem contribuições justas de praticamente todos os parâmetros analisados. 

A maioria dos governos que já apresentaram os seus INDC precisa de rever os seus objetivos à luz do objetivo global e, na maioria dos casos, reforçá-los. Aqueles que ainda estão a trabalhar as suas metas precisam de garantir que atingem o maior contributo possível.

Os dez maiores emissores que ainda não apresentaram as suas contribuições nacionais são: a Índia, o Brasil, Irã, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Tailândia, Turquia, Ucrânia e Paquistão, representando em conjunto 18% das emissões das emissões globais ainda não abrangidos por INDCs.

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publicado por Quercus às 15:23

O primeiro dos 10 dias de negociação que restam até Paris

Segunda-feira, 31.08.15

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Começou hoje a penúltima etapa para um acordo global em Paris. Esta semana em Bona e depois novamente nesta cidade entre 19 e 23 de outubro, há apenas 10 dias de negociações antes de se chegar a Paris, à COP21, para o eventual e esperado acordo climático global. Os governos têm o tempo contado para chegar a decisões políticas fundamentais, bem como para garantir o necessário nível de precisão dentro do texto negocial que resultou da reunião de Genebra em fevereiro deste ano. O texto de negociação está agora segmentado em três secções com elementos essenciais em discussão: Secção I contém texto relacionado com o núcleo do Acordo; a Secção II tem elementos a serem abordadas através de decisões da COP; e a Secção III contém texto em que há desacordo quanto a ele pertencer à componente jurídica/legal do acordo jurídico ou se a uma decisão da COP. A Secção III contém numerosos elementos-chave que são necessários para um acordo ambicioso em Paris e precisam ser movidas para qualquer Seção I ou II. Alguns elementos na Seção II devem ser cuidadosamente considerados para a colocação no núcleo do acordo legal dado que vão desempenhar um papel fundamental na ambição e equidade do acordo de Paris. Os negociadores devem construir sobre os progressos alcançados na sessão anterior realizada há poucos meses em Bona, trabalhando para superar as diferenças sobre questões-chave e avançar no sentido da convergência, em vez de continuar a negociar um texto onde cada país continua a insistir na preservação de suas próprias propostas. Colmatar as diferenças dentro do texto significa não apenas insistir em ajustes da linguística utilizada, mas também requer a introdução de nova linguagem que deverá ser desenvolvida de forma colaborativa no âmbito dos diversos grupos de contactos, com co facilitadores desempenhando um papel fundamental na identificação de convergências emergentes. Esta sessão deve construir sobre o consenso já alcançado em várias questões-chave nas discussões ministeriais informais coordenadas pelas presidências francesa e peruana, tais como: a necessidade de um ciclo de revisão de 5 anos, um regime de transparência pós-2020 comum, e a durabilidade do acordo. Os delegados precisam de usar o tempo em Bona para ajudar a refinar e elaborar sobre os consensos alcançados, identificando pontos de discórdia sobre questões devem ser abordadas nos próximos debates ministeriais. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse recentemente "Espero que os negociadores e ministros olhem para além dos seus interesses nacionais" e para acelerar o progresso para um Acordo eficaz em Paris, isso é absolutamente crucial.

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publicado por Quercus às 14:10

Alterações climáticas preocupam mais de dois terços dos cidadãos

Segunda-feira, 08.06.15

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Um inquérito global recente, que abrangeu cerca de 10 mil participantes de 78 países, entrevistados num período de 24 horas, revelou que 78,5% dos cidadãos estão "muito preocupados" com as alterações climáticas e mais de 63% entendem que é urgente lidar com o problema na COP21, que terá lugar em Dezembro, em Paris, onde devem ser adoptadas medidas que impeçam a temperatura do planeta de aquecer mais de 2ºC.

No entanto, 70% consideram que as negociações climáticas realizadas no quadro da ONU, desde 1992, "não fizeram o suficiente" para atacar o problema. Os resultados revelam também que 66,3% dos participantes consideram que a luta contra as alterações climáticas é uma oportunidade para melhorar nossa qualidade de vida, enquanto 26,7% pensam o contrário, e acreditam que eventuais medidas são uma ameaça ao actual modo de vida.

Em Portugal, os resultados apontam que 56% dos portugueses estão "muito preocupados" com as alterações climáticas, 43% estão "preocupados" e apenas 1% não se mostraram preocupados (fonte). Ver resultados do inquérito (em inglês).

Notícias relacionadas: 

Maioria dos portugueses "muito preocupada" com alterações climáticas

Portugueses aceitam taxas de carbono e subsídios às renováveis

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publicado por Quercus às 21:00

ONG descontentes com falta de clareza nos compromissos europeus para o futuro acordo de Paris

Quarta-feira, 11.03.15

Kaspars GERHARDS Latvian Minister for Environmenta

A Rede de Ação Climática – Europa (CAN Europe, na sigla em inglês), que inclui a Quercus, criticou esta semana a falta de ambição dos ministros do Ambiente da UE em em relação ao acordo de Paris sobre alterações climáticas. Para a CAN, o anúncio feito pela UE é uma oportunidade perdida para definir um ponto de referência mais elevado para todos os compromissos do novo acordo global.

A meta de “pelo menos 40%” de redução de emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE) até 2030 foi acordada em Outubro pelos chefes de Estado e de Governo da UE, mas necessita de ser traduzida num compromisso a apresentar nas negociações internacionais sobre o clima que irão decorrer em Paris, no final deste ano, e de onde se espera um acordo climático global.

Apesar de alguns Estados-membros tentarem diluir a meta climática da UE, os ministros do ambiente pediram esta semana que o compromisso europeu não seja reduzido. No entanto, não conseguiram trazer clareza e credibilidade ao objectivo assumido, ao não incluir informações sobre a quantidade efectiva de redução de emissões que a UE vai concretizar a partir de 2020. Também não esclareceram como a UE poderá desbloquear a expressão "pelo menos” do seu compromisso para 2030.

"É muito decepcionante ver que a oferta da UE não é clara o suficiente sobre a forma como irá progredir para para a energia 100% renovável a para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis", considera o diretor da Rede de Ação Climática. Segundo Wendel Trio, "a posição atual da UE não especifica como as emissões provenientes da silvicultura, as reduções feitas antes de 2020 e as reduções no exterior serão tratados. A UE não diz nada sobre estas questões cruciais, apesar de pedir a outros países para fornecer garantias de que irão medir com precisão as emissões. Este compromisso deve ser atualizado o mais rápido possível: o mundo precisa da UE para estabelecer um padrão elevado, não baixo". 

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publicado por Quercus às 18:07

COP20 prestes a entrar no segundo dia de prolongamento

Domingo, 14.12.14

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23h00 (04h, em Lisboa): Organizações Não Governamentais (ONG) ainda presentes na COP20 realizam protesto junto ao local onde irá decorrer o plenário final da conferência que deveria ter terminado na sexta-feira. Pedem um resultado ambicioso, justo e equitativo.  "Sem justiça, não há acordo", cantam. Foto: © Climate Action Network (CAN International)

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Sessão agendada para as 21h e posteriormente adiada para as 23h ainda não começou. 

23h36: Presidente da COP20 anuncia que os trabalhos serão retomados dentro de minutos. Plenário pode ser acompanhado em directo aqui

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23h37: Manuel Pulgar-Vidal abre o último plenário da COP20 e pouco depois dá instruções para que seja distribuída a nova versão da proposta de resolução do grupo da Plataforma de Ação de Durban (ADP). (ver vídeo)

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publicado por Quercus às 04:03

Negociações em Lima prolongadas para sábado

Sábado, 13.12.14

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[Actualizado] As negociações na COP20 prolongaram-se para hoje. O plenário do grupo da Plataforma de Ação de Durban tinha início previsto para as 10h (15h em Lisboa), mas já começará com atraso. Os trabalhos podem ser seguidos aqui em direto. Em causa, nas próximas horas, estará a análise e eventual aprovação deste documento apresentado na última madrugada.

10h40: Trabalhos retomados com a intervenção do presidente da COP20, Pulgar-Vidal. "Estamos muito próximos da primeira pedra do futuro Acordo de Paris.Temos de ajudar-nos uns aos outros, porque representamos todo o mundo, é por isso que estamos aqui. Apelo a que trabalhemos juntos para que esta COP produza um resultado equilibrado, que reflicta todas as sensibilidades, mas isso precisa da flexibilidade e ajuda de todos", disse o ministro peruano do ambiente. 

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Começam as intervenções dos delegados, com a Suiça a usar a palavra. "As Partes ficaram aquém das ambições que trazíamos, mas fizeram o possível através da apresentação de um texto que não satisfaz integralmente ninguém, mas que apoiamos. É o denominador comum mais ambicioso que conseguimos”, diz o representante suíço em nome do Grupo de Integridade Ambiental (Suíça, México, Coreia do Sul e Mónaco).  

Segue-se a União Europeia. “Não há dúvida de que o texto não dá resposta a todas as aspirações da UE, mas isso não é surpreendente. No entanto, devemos sair daqui com um resultado, devemo-lo aos nossos cidadãos. Fazemos nosso o desafio do presidente da COP para que possamos chegar a uma solução de compromisso, pelo que apoiamos este texto.”

Depois do México, que apoia intervenção da Suíça e o processo seguido nas últimas horas, intervém o Sudão, pelo Grupo Africano. “As prioridades de África incluem a adaptação e o financiamento, dado que necessitamos disso para lutar contra as alterações climáticas”, diz o representante, defendendo que o conceito de diferenciação deve estar reflectido.

“Estamos preocupados com este texto, que não estabelece igualdade entre as partes, e deixa elementos obrigatórios e facultativos. Estamos disponíveis para continuar a trabalhar para um resultado aqui em Lima, mas consideramos que esta proposta esquece aspectos que consideramos fundamentais, pelo que não podemos aceitar nem prosseguir nesta base”, acrescenta o delegado europeu, sem comentar a posição dos países africanos.

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11h10: Tuvalu defende que texto precisa de ajustes cirúrgicos e deixa apelo. “Não deixemos que esta COP seja a que ignorou os pobres do mundo”. Belize apoia o texto proposto e considera que países têm um ano para redigir um documento melhor até à reunião de Paris. Segue-se o Chile, pela Aliança Independente da América Latina e do Caribe (AILAC), que salienta que se está perante um texto de compromisso. “Todos cedemos, mas também todos ganhamos alguma coisa, mas sem este texto perdemos todo esforço dispendido. Comecemos a trabalhar no que nos falta para chegar a acordo”, apela.

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Malásia muito crítica, diz-se decepcionada por não ver reflectidos os seus contributos. Diz que cedeu e foi flexível, mas considera que o processo seguido não foi uma negociação."Esta realidade (da COP) é muito diferente do mundo pobre em que vivemos”, afirma o delegado. No entanto, o país está disponível para contribuir para a necessária "cirurgia" para chegar a um texto mais consensual.

A Arábia Saudita diz que o texto é desequilibrado e não reflecte o estado actual das negociações, nem as diferenças entre as Partes. “Este texto é uma espécie de obstáculo, não contempla de igual forma as questões como adaptação e mitigação.” Mas manifesta-se disponível para continuar a trabalhar sem pressões para que as Partes tenham de aceitar questões com as quais não concordam. 

Segue-se a Venezuela, que reforça a necessidade de diferenciação entre os países e diz que não devem estar em causa os objectivos da Convenção, que é o que acontece com a actual proposta. Venezuelanos apoiam a posição do Grupo Africano e de Tuvalu. que rejeitam este texto. A seguir, a Nigéria apoia igualmente a intervenção do Sudão em nome do Grupo Africano.

A Argélia, em nome do Grupo Árabe (22 países), diz que o texto tem muitos defeitos e que se afasta dos princípios da Convenção, como o princípio da responsabilidade diferenciada, centrando-se sobretudo na mitigação, deixando em segundo plano o financiamento e a adaptação. “Não podemos considerar este texto como uma base consensual. Estamos disponíveis para continuar a trabalhar". 

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11h50: Outro representante do Grupo Africano, a República Democrática do Congo, defende equilíbrio entre as 6 componentes em negociação (mitigação, adaptação, financiamento, transferência de tecnologia, capacitação, transparência), o que não acontece na proposta centrada na mitigação, que é inaceitável, mas pode ser melhorada, abrindo o texto novamente de forma a incluir aspectos fundamentais que foram deixados de fora. 

A Federação Russa, por seu lado, diz-se decepcionada com a forma como decorreram os trabalhos, que estiveram “à beira de uma crise de procedimento durante a noite”, mas considera que “prevaleceu a sabedoria”, mas vai apoiar o texto. “É um projecto de decisão aceitável, pelo que o apoiamos”. O país seguinte, as Ilhas Marshall, admite que há partes que não agradam, e outras muito débeis, mas está igualmente disponível para que o texto avance e seja apresentado no plenário da COP, disse o delegado, numa intervenção muito aplaudida.

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Segue-se o Egipto, que reitera as críticas de outros e diz que o texto divide mais do que aproxima e é inaceitável, afirmação que também recebeu aplausos. Logo a seguir, El Salvador considera igualmente inaceitável a proposta, que não dá resposta aos países realmente vulneráveis às alterações climáticas, que correspondem a metade do planeta. “Suplico às Partes e à presidência para que façamos um último esforço”. Mais aplausos.  

Ilhas Salomão pede inclusão do capítulo de ‘perdas e danos’. Austrália apoia o texto proposto “como resultado do êxito de Lima”. Índia espera um processo mais equilibrado, porque as preocupações apresentadas são genuínas.  “Estamos dispostos a cooperar para resolver as questões em aberto de forma equilibrada”. Segue-se a Argentina, que apoia a intervenção da Malásia em nome do Grupo de Afinidade (LMDC). 

Uganda: “O mundo observa-nos e espera que tenhamos um resultado concreto em Lima, se queremos salvar os países mais vulneráveis.” País partilha das preocupações já apresentadas e pede mais negociações, porque o texto não cumpre as expectativas. Pede mais atenção às questões de adaptação e financiamento, sobretudo aos países mais pobres, e ao capítulo das perdas e danos, que desapareceu do texto.

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12h20: Singapura: “Há sentimento de urgência, mas também tem de haver de confiança”. Contribuições Intencionais Nacionalmente Determinadas ou INDC (do inglês Intended Nationally Determined Contributions) “não devem limitar-se à mitigação”. Texto precisa de ajustes, mas antes da “cirurgia” temos de avaliar os riscos: “sejamos razoáveis, sugiram as alterações à presidência da COP para que as avalie, porque já só temos mais uma hipótese. E se a ideia é fazer uma circuncisão, tenhamos o cuidado de não cortar demasiado”, brinca.

Paraguai: faltam questões de perdas e danos e de adaptação. China: a nossa posição é a da Malásia, do Susão e de Tuvalu. "Texto continua desequilibrado, não respeita princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Necessita de ser emendado a fim de reflectir as diferenças entre países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento”.

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12h30: “Temos de chegar a um consenso em Lima, mas estamos num impasse. A presidência deve guiar-nos em busca de aspectos comuns, estamos disponíveis para isso e para chegar a uma boa base para um Acordo em Paris”, diz o delegado chinês, que também recebeu aplausos. Segue-se EUA. 

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“Este texto reflecte um equilíbrio duramente conseguido, não dizemos que não pode ser alterado, aliás, podemos sugerir alterações, mas não temos tempo para novas negociações e o sucesso da COP de Lima está em causa”, avisa Todd Stern. EUA pedem concentração nesta recta final e consideram que muitas das questões levantadas estão reflectidas no anexo com os elementos para o futuro acordo de Paris, pelo que apoiam os esforços da presidência da COP.

Nova Zelândia: “Há muito que não nos agrada, mas este texto é uma base importante do trabalho até Paris. Estamos preocupados com o mesmo, mas temos preocupações diferentes, mas este texto não prejudica o trabalho dos próximos meses”, diz a delegada neozelandesa, que reafirma a posição dos EUA de que é arriscado sair de Lima sem decisões.

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Japão: “Há partes insatisfatórias, mas temos pouco tempo, pelo que podemos aceitar esta proposta e avançar até Paris”. Mesa do plenário ADP anuncia que não aceitará mais inscrições, mas que dará a palavra às delegações já inscritas. A próxima é Cuba, que também critica as omissões do texto proposto, sem aspectos de diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, mas considera que isso não impedirá a obtenção de um acordo em Lima, que deverá ser procurado pela presidência da COP. 

Seguem-se mais críticas do Paquistão às “deficiências do documento”. País alinha com a ideia da Malásia, China, etc., de que é necessário proceder a alterações para chegar a um documento mais equilibrado que respeite o mandato da UNFCCC. Próximo orador, da Bielorrússia, diz-se satisfeito com o resultado do documento, embora admita que há ainda muito trabalho a fazer.

A delegação do Sultanato de Omã quer um texto mais equilibrado entre questões de adaptação, mitigação e financiamento. “Pedimos a alteração para um documento mais justo e equitativo”. Segue-se a Nicarágua, com críticas a alguns procedimentos e o apoio às reivindicações por mais negociações, idênticas às já defendidas pela Malásia, Sudão, etc. 

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13h em Lima, 18h em Lisboa: África do Sul recorda que processo foi lançado em Durban, em 2011, e que está pronta a garantir que Lima se conclua com os passos necessários para o acordo de Paris. No entanto, diz partilhar as preocupações expressas pelo Grupo Africano e pede mais algum tempo para continuar as negociações de forma a que a COP de Lima seja bem sucedida. Seguem-se as Ilhas Cook, cuja delegação apoia o texto actual.

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As Filipinas lamentam a ausência do capítulo das perdas e danos, como um aspecto autónomo no futuro acordo, e do tema dos direitos humanos, mas consideram que estas questões podem ser trabalhadas no documento anexo, pelo que apoia a versão actual. A seguir, o Brasil secunda a África do Sul, pede uma implementação não selectiva da UNFCCC e alinha com o pedido de “ajustes cirúrgicos” ao texto em análise. 

Bangladesh: “Não queremos regressar de mãos vazias, devemos trabalhar e não perder mais tempo”. Turquia: “Temos de chegar a um acordo e podemos aceitar este texto, apesar de partilharmos das reservas de muitas delegações”. Delegação avisa que não poderá permanecer na COP após as 17h, pelo que se os trabalhos se prolongarem, não estará em condições de aprovar um novo texto.

A Coreia do Sul reitera a urgência e defende que “ninguém deve ser deixado para trás”; e o Senegal, que recusa que a pressão seja colocada sobre os países em vias de desenvolvimento e que seja imposta uma decisão.

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13h20: Chega ao fim a lista de oradores, sem consenso, conclui o coordenador do grupo ADP, que irá agora transmitir o resultado ao presidente da COP. “Temos uma percepção diferente da divisão nesta sala, porque daqui vemos que as delegações estão juntas na batalha contra as alterações climáticas, mas têm percepções diferentes de como isso deve ser feito”, diz o co-chair Artur Runge-Metzger. Plenário ADP continua com outros pontos em agenda, mas não haverá tempo para ouvir as ONG nesta sessão [este grupo de trabalho terá nova reunião a 08/02/2015]. 

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Os trabalhos prosseguem agora em registo informal pela mão do presidente da COP20, o peruano Manuel Pulgar-Vidal, com algumas considerações sobre os resultados dos trabalhos até agora. Promete trabalhar de forma transparente para chegar a consenso em Lima. Irá reunir com as várias Partes e Grupos a partir das 14h30 (hora local) em curtas reuniões de 10 minutos, admitindo que não demorará menos de 3 horas.

Depois de concluído este processo, o presidente da COP20 irá compilar os contributos num novo texto que se pretende consensual e que será submetido ao plenário. “Assumo esta função com muita responsabilidade e transparência. Vamos trabalhar todos juntos, organizadamente, com respeito ao tempo, para chegar a uma decisão” (ver vídeo). Trabalhos foramn suspensos cerca das 13h40 locais, 18h40 de Lisboa. 

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publicado por Quercus às 15:26