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Líderes religiosos apelam para um acordo global em Paris

Sexta-feira, 23.10.15

Esta semana, uma declaração assinada por mais de 150 líderes religiosos e espirituais de diferentes religiões foi entregue a Christiana Figueres, Secretária Executiva do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da Organização das Nações Unidas, num apelo para um acordo global de redução das emissões, justo, ambicioso, vinculativo e aplicável a todos os países a ser negociado ainda este ano, em Paris.

A carta sublinha a importância da COP21 ser o momento certo para traduzir gestão ecológica em ação climática concreta, mostrar responsabilidade intergeracional, garantir justiça climática, e para iniciar uma transformação individual e societal sem precedentes, bem como mostrar uma liderança real e visionária.

É um forte apelo para uma meta de longo prazo no sentido de eliminar progressivamente as emissões de GEE e integrar as energias renováveis a 100% ​​até 2050, a criação de um mecanismo de ação e de um sistema baseado em regras, o estabelecimento de uma meta climática resiliente e com o apoio técnico e financeiro necessários. Mais, os líderes religiosos estão especificamente a pedir aos países mais ricos e aos principais emissores para assumirem mais ações no seu domínio e proporcionarem o apoio necessário para os outros países nesta transição.

Finalmente, os líderes religiosos sublinham a importância de que todos devem agir, em paralelo, com os governos, a fim de aumentar a consciencialização das comunidades e abraçar estilos de vida sustentáveis.

Depois da divulgação da encíclica Laudato Si' do Papa Francisco, da Declaração da Conferência Inter-religiosa de Nova Iorque, a Declaração de Lambeth e a Declaração Islâmica sobre alterações climáticas, a mensagem dos diferentes grupos religiosos e espirituais de todo o mundo é inequívoca em prol da ação climática.

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publicado por Quercus às 09:48

Principais notícias sobre os resultados da Cimeira do Clima

Quarta-feira, 24.09.14

Mais de 70 países acordam aplicar taxa sobre créditos de carbono (vídeo anexo)

Compromissos assumidos na cimeira do clima da ONU (c/vídeo)

Obama pressiona e China responde: acordo para travar alterações climáticas em 2015?

Cimeira da ONU sobre o Clima reforça urgência e recolhe promessas 

Líderes mundiais não poupam nas promessas para combater as alterações climatéricas

Líderes mundiais prometem medidas para combater alterações climáticas

Cimeira de N.Iorque terá acelerado negociações do clima

73 países comprometem-se a aplicar um preço para créditos de carbono

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publicado por Quercus às 11:12

Balanço da Cimeira do Clima da ONU em Nova Iorque: uma Cimeira positiva que agora precisa de compromissos e ação

Quarta-feira, 24.09.14

A Cimeira do Clima da ONU que teve lugar ontem, 23 de Setembro, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, contribuiu para aumentar o sentimento de que a era dos combustíveis fósseis está a chegar ao fim, criando um momentum no sentido de um acordo climático global a ser assinado no próximo ano, em Paris.

Um pequeno, mas crescente, número de países juntou-se a Ban Ki-moon e ao ator Leonardo DiCaprio para confirmar a necessidade de acelerar a transição dos combustíveis fósseis para 100% de renováveis, como as Ilhas Samoa, as Ilhas Tuvalu, a Costa Rica e a Dinamarca. Outros países, como a Suécia, Trinidade e Tobago, Etiópia e Islândia prometeram tornar os seus países neutros em carbono em 2050.

Enquanto a Cimeira produziu sinais positivos e angariou financiamento para a ação climática, muitos Chefes de Estado vieram a Nova Iorque para meramente reafirmar o que já estão a fazer dentro de fronteiras. Porém, sabem que não é suficiente perante as 700 mil pessoas que se juntaram às Marchas pelo Clima, um pouco por todo o mundo, no fim-de-semana passado.

Os líderes em Nova Iorque, incluindo o Presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceram que não podem continuar a agir contra a vontade dos cidadãos e, no último fim-de-semana, a vontade dos cidadãos de todo o mundo ficou bem clara. Mães, pais, líderes religiosos, homens de negócios progressistas, sindicalistas e jovens – todos estão já a agir e esperam que os Chefes de Estado se lhes juntem, fazendo mais e fazendo-o agora. Os Chefes de Estado têm a possibilidade de escolher entre liderar a transformação ordenada das nossas sociedades ou acabar do lado errado da história.  

A China deve ser elogiada por ter assinalado a intenção de atingir o pico das emissões “assim que for possível”. Estes avanços, combinados com ações mais ambiciosas por parte dos EUA, apontadas pelo Presidente Obama, podem acelerar as negociações no sentido de se conseguir um acordo no próximo ano.

A Europa, que merecia ser líder, pouco se afirmou: mencionou ser necessário ela própria e os atuais países desenvolvidos reduzirem em 80 a 95% as emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2050. Porém, todo o caminho a ser traçado para as decisões europeias é pouco ambicioso. Apenas praticamente os compromissos mais limitados estão a ser ponderados para o ano de 2030. Portugal apresentou o compromisso para um crescimento verde de longo prazo e falou da ambição do país, que merece ser destacada no contexto europeu, no que respeita às metas de redução de emissões, eficiência energética e energias renováveis para 2030. 

Em síntese, esta foi uma Cimeira positiva, que lança o difícil caminho até um Acordo em Paris em dezembro de 2015, mas limitada pela falta de compromissos concretos mais vastos. É sabido que as negociações que prosseguirão em Lima, no Perú, já no próximo mês de dezembro, serão bem mais complicadas nos detalhes e na concretização.

Agora, é preciso que os líderes políticos traduzam a retórica positiva em compromissos concretos – redução de emissões de carbono e financiamento para a ação climática, particularmente para as nações mais vulneráveis do mundo. A humanidade não pode esperar!

Nova Iorque, 24 de setembro de 2014

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publicado por Quercus às 01:29

Ban Ki-moon: "o dia em que a família humana pôs a casa em ordem"

Quarta-feira, 24.09.14

Ainda decorre a cerimónia de encerramento da Cimeira do Clima, mas o balanço do secretário-geral da ONU está feito: foi dia histórico. "Nunca tantos líderes reuniram desta forma para assumir compromissos face às alterações climáticas. Recordemos este dia como aquele em que decidimos, enquanto família humana, pôr a casa em ordem, a caminho da sustentabilidade", disse Ban Ki-moon.

O secretário-geral das Nações Unidas mostrou-se muito satisfeito com os compromissos assumidos por vários líderes no sentido de atingir o pico de emissões antes de 2020 e de neutralidade climática na segunda metade deste século. Outro motivo de satisfação, disse, é a determinação demonstrada nas negociações para um novo acordo climático em 2015 e na manutenção da subida da temperatura abaixo de 2ºC, através da redução das emissões de gases de efeito de estufa. [ver texto oficial do sumário de encerramento/versão em espanhol]

A cimeira termina com nova exibição do vídeo 'Façamos do Mundo um lugar melhor', narrado por Morgan Freeman (anexo, com legendas em espanhol), seguida da actuação da cantora Natasha Bedingfield, que apresenta o seu último single, "Love song to the earth" (ouvir aqui).

[vídeo da sessão de encerramento]

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publicado por Quercus às 00:22

Discurso de Obama traz algum optimismo à Cimeira do Clima

Terça-feira, 23.09.14

A primeira metade da Cimeira do Clima fica marcada pelo discurso de Barack Obama, um dos mais aguardados. Apesar de motivado e motivador, a principal novidade foi trazer algum optimismo sobre a actuação dos EUA nas negociações. "Temos que lutar contra os interesses instalados, a política climática não é uma desvantagem económica, temos todos de liderar. O próximo Acordo tem de ser ambicioso, inclusivo e flexível. EUA vão aumentar o seu grau de ambição já em 2015", defendeu o presidente norte-americano.

Obama alerta que “as alterações climáticas definirão este século mais do que qualquer outro problema” e que “nenhuma nação está imune”. Pede “ambição” na resolução de um problema que só esta geração conseguirá travar e defende que cada país deve desempenhar o seu papel, revelando que os EUA querem estar na liderança deste processo. No entanto, mantém o compromisso de redução de 17% das emissões até 2020 (relativamente aos valores de 2005) e deixa para o início do próximo ano o anúncio de novas metas para o período seguinte. [ver transcrição oficial do discurso]

China duplica fundos e admite compromissos "assim que conseguir"

Outro discurso aguardado antes da pausa para almoço foi o do vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli, que anunciou que a China irá assumir responsabilidades em linha com a sua capacidade e condição e que irá “atingir o pico das emissões de combustíveis fósseis assim que for possível”, o mesmo valendo para as metas para o pós-2020, a anunciar "assim que conseguir”. Entretanto, o país irá diminuir a intensidade de carbono, aumentar a percentagem de combustíveis não-fósseis, e duplicar o apoio financeiro à ONU para o fundo de cooperação sobre alterações climáticas com os países do Sul

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publicado por Quercus às 18:43

Já começou a Cimeira do Clima de Nova Iorque

Terça-feira, 23.09.14

[Actualizado] O secretário-geral das Nações Unidas já deu início à Cimeira do Clima que decorre na sede da ONU, em Nova Iorque. "Não estamos aqui para falar mas para fazer história", disse Ban Ki-moon na cerimónia de abertura, que está a ser acompanhada directamente pela Quercus (em Nova Iorque, aqui no blogue e no twitter, em https://twitter.com/QuercusCOP20.

A sessão começou com o vídeo 'Façamos do Mundo um lugar melhor', narrado por Morgan Freeman (legendas em espanhol):

Seguiram-se as intervenções de Ban Ki-moon e do presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, que reassumiu compromisso de que até 2050 a cidade reduzirá em 80% as emissões de dióxido de carbono. 

Depois de Rajendra K. Pachauri, do IPCC, interveio Al Gore, que defendeu que o combate às alterações climáticas gera emprego e inovação, e a seguir foi a vez do actor Leonardo DiCaprio, nomeado novo embaixador da Paz da ONU, pedir "coragem e honestidade" aos líderes presentes em Nova Iorque. 

"Eu ganho a vida a representar, mas vocês não. Podem fazer história ou ser vilipendiados pela história", apelou DiCaprio, para quem as alterações climáticas não são "uma questão de política, mas uma questão de sobrevivência". Ver discurso (em inglês):

Os trabalhos podem ser acompanhados em directo através da Internet, embora não seja fácil seguir os três plenários simultâneos (plenário 1, plenário 2 e plenário 3). A agenda inclui dois períodos destinados às intervenções dos chefes de estado e de governo dos mais de 120 países representados, com o discurso do Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, previsto para o período da tarde (20h30/23h30, hora de Lisboa), no plenário 1.

Nas intervenções já realizadas pelos chefes de estado e/ou representantes de grupos de países, destaque para o compromisso da União Europeia em reduzir 80 a 95% das emissões até 2050. “Não vacilaremos nesta batalha histórica contra as alterações climáticas”, assegurou Durão Barroso. Já o governo do país anfitrião da próxima conferência da ONU, o Peru, espera que a COP20, que terá lugar em Dezembro, produza a base de um novo acordo global e “vinculativo para todos os estados” a ser assinado na COP21, a realizar em 2015, em Paris. 

Além das emissões em directo, uma das melhores formas de acompanhar as várias intervenções é através desta conta twitter da organização do evento, que consegue resumir o que se passa nos três plenários, ou através da hashtag #Climate2014, também no twitter.

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publicado por Quercus às 14:35

Quercus na Cimeira do Clima da ONU em Nova Iorque: Amanhã é o primeiro grande dia para um Acordo em Paris

Segunda-feira, 22.09.14

A Cimeira do Clima da ONU, que decorrerá amanhã, 23 de Setembro, em Nova Iorque, será um importante passo para alcançar o ambicionado Acordo de Paris – um acordo global para travar as alterações climáticas que se espera alcançar em Dezembro de 2015 - e uma importante chamada de atenção para os cidadãos de todo o mundo. Mais de 120 líderes mundiais vão marcar presença em Nova Iorque declarando o seu compromisso pessoal com o desejado Acordo de Paris. O teste decisivo será constatar se o mundo muda de rumo para manter o objetivo, ainda alcançável, de evitar as consequências catastróficas das alterações climáticas.

A juntar aos compromissos políticos dos Chefes de Estado e de Governo ou dos Ministros presentes, outro indicador importante a retirar desta Cimeira será a apresentação de iniciativas de transição para as energias limpas e de redução das emissões de carbono, levadas a cabo por um número crescente de países e setores de atividade. Têm-se registado, recentemente, em alguns dos países-chave como os Estados Unidos da América (EUA), a Índia e a China, progressos consideráveis na contenção das emissões de carbono e no investimento em energias limpas.

Esta transição mostra o desejo e a oportunidade dos países em intensificarem os seus esforços nesta matéria e integrá-los num acordo internacional. Esta Cimeira será, assim, uma oportunidade para avaliar a amplitude e profundidade desta nova dinâmica, em particular as mudanças no setor energético. É também um evento onde se poderá avaliar a capacidade da Europa, cujo protagonismo e ambição tem vindo a enfraquecer nos últimos anos.

Ao nível político, e a par dos compromissos políticos globais, a expectativa é que muitos líderes anunciem o seu compromisso relativamente à posição e contribuição dos respetivos países para este acordo global muito antes da Conferência de Paris, agendada para Dezembro de 2015. Mais ainda, espera-se que as tais contribuições incluam a definição de limites nacionais às emissões de carbono, de modo a fazer a ligação ao acordo internacional.

Quercus e intervenção do Ministro do Ambiente de Portugal

Ao longo da Cimeira de amanhã, a Quercus analisará e comentará o decorrer dos trabalhos em http://climaticas.blogs.sapo.pt, em linha com a avaliação da Rede Internacional de Ação Climática. Ao mesmo tempo, a Quercus aguarda com expectativa o discurso do Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal, em princípio programado para a parte da tarde. Ao longo do dia, a Quercus prevê a emissão de um/dois comunicados sobre o evento.

Nova Iorque, 22 de setembro

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publicado por Quercus às 18:07

Um dia histórico com quase 400 mil em Nova Iorque e ações em mais de 150 países

Segunda-feira, 22.09.14

A Marcha do Clima juntou ontem em Nova Iorque perto de 400 mil participantes, entre eles o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que amanhã preside a uma cimeira informal sobre o combate às alterações climáticas.

[álbum com mais fotos de Nova Iorque]

Imagens aéreas da marcha:

Além da maior marcha climática mundial de sempre, o Dia de Ação Global pelo Clima foi também assinalado em mais de 150 países, com grandes mobilizações em Londres (40 mil pessoas), Melbourne (30 mil) ou Paris (25 mil). Portugal não ficou de fora, com concentrações mais modestas em várias cidades, como Lisboa, Porto e Faro.

[ver mais fotos da Quercus][ver fotos e panfletos no blogue EPHEMERA]

 

Actualização: trailer da concentração em Lisboa:

People's Climate March - Lisboa - 21 Setembro - Trailer from Quercus on Vimeo.

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publicado por Quercus às 16:42

Mais de 310 mil na Marcha do Clima em Nova Iorque

Domingo, 21.09.14

As primeiras estimativas apontam para mais de 310 mil participantes na grande Marcha do Clima que está a decorrer em Nova Iorque desde as 11h30 locais (16h30 em Lisboa), números que fazem da iniciativa a maior marcha de sempre contra as alterações climáticas. O Francisco Ferreira e a Rita Antunes também estão a desfilar em representação da Quercus e de Portugal neste Dia de Ação Global pelo Clima!

Como explica aqui o Francisco Ferreira, centenas de milhares estão a dizer aos líderes políticos que reunirão na terça-feira, nas Nações Unidas, que é necessário salvar o clima, num alerta sem precedentes para que este problema se comece a resolver a sério.

Notícia na SIC, com declarações da Quercus (min 2:07):

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publicado por Quercus às 19:53

'Livestreams' da Marcha pelo Clima em Nova Iorque

Domingo, 21.09.14

Dezenas de milhares de pessoas são esperadas esta tarde nas ruas de Nova Iorque, na Marcha pelo Clima, uma grande iniciativa da sociedade civil no Dia Global de Ação pelo Clima. Esta mobilização internacional, que contará também com outras 2800 iniciativas em 166 países, reflete uma maior preocupação e consciência pública relativamente aos custos das alterações climáticas, devido aos fenómenos meteorológicos extremos e outros impactes, a par do desejo de uma transição dos combustíveis fósseis para as energias limpas, com um crescimento visível em todo o mundo. Acompanhe aqui em directo a partir das 16h30 (de Lisboa): 

Actualização: emissão em directo da Democracy Now!:

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publicado por Quercus às 13:00