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CCPI 2017: Portugal entre os 10 países com melhor desempenho climático

Quinta-feira, 17.11.16

 

image006.jpgCom a entrada em vigor do Acordo de Paris, e no decurso da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP22), a associação de defesa do ambiente alemã Germanwatch e a Rede Europeia para a Ação Climática, da qual a Quercus faz parte, acabaram de divulgar o Climate Change Performance Index (CCPI) 2017.M

O CCPI é um instrumento inovador que traz maior transparência às políticas climáticas internacionais, avaliando o desempenho de 58 países industrializados que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia.

Nesta última edição agora divulgada, estão patentes avanços significativos ao nível das energias renováveis e desenvolvimentos positivos na eficiência energética. No entanto, enquanto estas tendências encorajadoras ganham terreno à escala global, a necessária e urgente revolução energética está a acontecer a um ritmo muito lento.

 

Portugal sobe sete posições face a 2016

Portugal ficou classificado em 11.º lugar entre os 58 países industrializados abrangidos, o que na verdade acaba por ser um 8º lugar, na medida em que os três primeiros lugares não foram atribuídos por se considerar não haver, por agora, nenhum país merecedor do pódio no que respeita à proteção climática. A par de países como a Croácia, Portugal é dos poucos casos a passar de um desempenho “moderado” para um “bom” desempenho, no âmbito do CCPI 2017. 

Existem vários fatores que justificam a melhoria do desempenho climático de Portugal. As emissões nacionais e as emissões per capita (por habitante) mantiveram-se quase ao mesmo nível face a 2016; já as emissões do tráfego rodoviário apresentaram uma melhoria, o que se deve à redução do consumo em 2014, devido ao aumento dos preços dos combustíveis. Ao nível da produção de eletricidade e calor, houve uma ligeira penalização, pelo peso que o uso de carvão ainda representa neste setor.

Quanto às energias renováveis, verificou-se uma melhoria significativa pelo maior peso destas no consumo de energia primária. No entanto, houve uma penalização pelo desinvestimento (devido à redução de incentivos) nesta área, face ao crescimento que se verificava em 2016.

Na política climática internacional, Portugal melhorou por ter sido um dos primeiros países a ratificar o Acordo de Paris, mas foi penalizado no que respeita à política climática nacional, por esta se revelar pouco ambiciosa em relação aos objetivos que o país pode atingir, ficando-se por compromissos que praticamente já foram atingidos.

 

França lidera; economias emergentes melhoram

Marrocos, o país anfitrião da COP22, ocupa a 8.ª posição, continuando a sua tendência ascendente no CCPI 2017. Com investimentos maciços em energias renováveis e objetivos climáticos ambiciosos, a médio e longo prazo, Marrocos é o país líder em África neste ranking. Dentro das tendências positivas observadas entre as economias emergentes do G20, estão a Índia (20.º), a Argentina (36.º) e o Brasil (40.º), países que melhoraram a sua classificação no CCPI 2017, face ao ano anterior.

Tal como referido anteriormente, o pódio do CCPI 2017 ficou vazio, pelo fato de nenhum grande emissor de GEE estar a atuar com a ambição necessária para cumprir o limite imposto pelo Acordo de Paris de aumento da temperatura global entre os 1,5-2°C.

A França, na 4ª posição (a primeira atribuída), lidera a tabela pela primeira vez, em grande parte devido à excecional diplomacia que permitiu chegar ao histórico Acordo de Paris no ano passado. Seguem-se a Suécia (em 5.º) e o Reino Unido (em 6.º), ambos a sair beneficiados das políticas climáticas promissoras estabelecidas pelos seus anteriores governos.

Contudo, o CCPI 2017 vem confirmar que muitos países da UE, incluindo o Reino Unido, a Suécia, a Dinamarca e a Alemanha, correm o risco de perder o seu papel de líderes no desenvolvimento das energias renováveis. Na verdade, vários Estados-Membros da UE reduziram os investimentos em projetos e iniciativas de energias renováveis ​​e eficiência energética, questionaram os objetivos de mitigação acordados a longo prazo e/ou não estabeleceram o quadro político necessário para cumprir os seus objetivos a curto prazo.

Por exemplo, a Dinamarca, líder deste Índice nos últimos quatro anos, já enfrentou as consequências do revés na sua política climática, com uma queda dramática para o 13.º lugar este ano.

Os Estados-Membros da UE terão em breve uma excelente oportunidade de reverter este caminho, se garantirem que as novas políticas em matéria de energias renováveis ​​e eficiência energética vão muito mais além das fracas propostas que a Comissão Europeia está atualmente a desenvolver a este nível.

 

Principais emissores de GEE no fim da tabela

O Canadá (55.º), a Austrália (57.º) e Japão (60.º) estão no grupo dos países pior classificados (como um "muito fraco” desempenho climático). Mais uma vez, o Japão caiu duas posições, tendo o governo do país sido criticado por peritos nacionais pela sua política climática muito fraca. A Austrália perdeu pontos na eficiência energética e é criticada pela sua falta de ambição climática.

Já o desempenho dos dois maiores emissores do mundo, EUA (43.º) e China (48.º), é classificado como "fraco". Os EUA perderam terreno em quase todas as categorias do Índice e, como resultado, desceram várias posições.

Os resultados das eleições norte-americanas podem colocar em risco a desejada celeridade da transição energética em curso, embora não tenha tido qualquer influência na avaliação feita para o CCPI 2017.

No que respeita à China, apesar do seu "fraco desempenho" no CCPI 2017, é importante referir, como ponto positivo, a diminuição do consumo mundial de carvão e o fato do governo chinês ter abandonado a construção de 30 centrais a carvão no ano passado.

 

Quercus apela à UE para não deixar escapar a liderança climática

A transição global para uma economia de baixas emissões de carbono está claramente a avançar e a acelerar, mas alguns países continuam a apresentar um fraco desempenho e, em alguns casos, mesmo a retroceder. Para a implementação do Acordo de Paris, todos os países devem aumentar o nível de ambição dos seus objetivos, e definir políticas nacionais e planos de descarbonização, a longo prazo. 

Portugal está no bom caminho no desempenho da ação climática, mas precisa, ainda assim, de aumentar o nível de ambição das suas metas no que diz respeito às energias renováveis e à eficiência energética.

 

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publicado por Quercus às 17:50

Quercus reuniu com Ministro do Ambiente na COP22

Segunda-feira, 14.11.16

Reunião decorreu esta tarde entre as 15h30 e as 16h30, em Marraquexe

 

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No arranque da segunda e última semana da Conferência da ONU sobre Clima (COP22), a decorrer em Marraquexe, a Quercus sentou-se à mesa com o Sr. Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, em conjunto com a Rede de Ação Climática Europeia (CAN-Europe) e outras organizações.

 

A Quercus e a CAN-Europe procuraram perceber junto do Ministro do Ambiente qual vai ser a posição de Portugal na COP22 relativamente aos seguintes aspetos essenciais e tendo em consideração os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris:

 

1 – Quais as prioridades de Portugal na agenda pré-2020, em termos de política climática e energética?

2 – Qual a posição de Portugal relativamente à revisão das contribuições nacionais (INDCs) para redução das emissões de gases com efeito de estufa, a tempo dos diálogos de balanço em 2018?

3 – Que sugestões irá Portugal dar relativamente à questão do financiamento climático?

4 – Qual a posição de Portugal em matéria de ‘Adaptação’ e ‘Perdas e Danos’?

5 – Que avaliação faz o Governo português do impacto que a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA poderá ter no cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris?

 

No decorrer da reunião, a Quercus manifestou a sua preocupação com a possibilidade (cada vez mais remota) de se conseguir cumprir o grande objetivo de manter o aumento da temperatura global do planeta nos 1,5 graus Célsius, face aos níveis pré-industriais.

 

João Pedro Matos Fernandes disse ser prioritário para Portugal:

 

- A preparação de um Plano de Ação português para implementação do Acordo de Paris, que deverá estar pronto antes da realização da próxima COP, em 2017;

- A modernização e descarbonização do setor dos transportes, concentrando os esforços nas medidas a implementar no período pré-2020;

- Quanto às verbas necessárias para a implementação do Acordo de Paris, segundo o Ministro do Ambiente, até ao final do próximo ano será possível ter uma estimativa dos valores que Portugal terá de alocar para o efeito.

Em relação à União Europeia, o Ministro do Ambiente referiu ser fundamental uma tomada de posição forte no sentido de convencer a nova administração dos EUA, liderada por Trump, com exemplos que demonstrem que o caminho a seguir passa pela implementação do Acordo de Paris, tanto ao nível económico, como social.

 

A Quercus, membro da Rede Europeia de Ação Climática (CAN-Europe), está a acompanhar a COP22 em Marraquexe durante toda a Conferência, integrada na delegação oficial portuguesa e como representante das organizações não-governamentais portuguesas de ambiente e da sociedade civil.

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publicado por Quercus às 17:49

Quercus participa na Manifestação ‘Salvar o Clima, Parar o Petróleo’

Sexta-feira, 11.11.16

A Quercus vai participar, no próximo dia 12 de novembro, na Manifestação "Salvar o Clima, Parar o Petróleo", que decorrerá em simultâneo em Lisboa e no Porto. 
O objetivo desta Manifestação é exigir por parte do Governo uma resposta séria às alterações climáticas e a recusa da exploração de hidrocarbonetos em Portugal.


Numa altura em que decorre a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP22) em Marraquexe, na qual a Quercus está a participar, esta Manifestação junta diversas organizações ambientalistas e forças partidárias com assento parlamentar, na defesa de um novo paradigma energético que permita cumprir o objetivo definido no Acordo de Paris de travar a subida descontrolada da temperatura do planeta, mantendo-a abaixo dos 1,5oC face aos níveis pré-industriais.

Com a eleição de Donald Trump a marcar atualidade, as preocupações adensam-se pelo fato do presidente eleito dos EUA, o segundo maior poluidor mundial, negar a existência das alterações climáticas e querer cancelar o Acordo de Paris.


Assim, a Quercus apela à participação de todos os cidadãos neste importante momento!


Lisboa: 15h00 | Largo do Camões > Intendente

Porto: 15h00 | Praça da Liberdade (Aliados)


Site oficial: www.salvaroclima.net

Facebook: www.facebook.com/salvaroclimastoppetroleo

 

Para inscrições e/ou informações complementares:

Telf: 93 778 84 74 ou 96 294 64 25
E-mail: quercus@quercus.pt

 

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publicado por Quercus às 11:43

Agência Portuguesa do Ambiente promove evento paralelo sobre "Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal"

Sexta-feira, 11.12.15

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O side event sobre o Programa AdaPT, que teve lugar esta tarde aqui na COP21, em Paris, contou com a abertura por parte do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. O painel incluiu também Madalena Callé Lucas, responsável pelo Programa EEA Grants em Portugal, e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, que referiram a importância deste programa na alavancagem das ações de adaptação às alterações climáticas em Portugal.

Outro orador, Filipe Duarte Santos, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e coordenador do ClimaAdaPT.Local (um dos projetos apoiados por este programa), falou na importância da adaptação face às projeções de aumento da temperatura e subida do nível do mar em Portugal, entre outras consequências das alterações climáticas, que já não podem ser evitadas.

O projeto ClimAdaPT.Local envolve 26 autarquias, no continente, Açores e Madeira, na definição de estratégias de adaptação às alterações climáticas (EMAAC) e uma metodologia muito bem definida (baseada na metodologia UKCIP) para que este objetivo seja atingido. A adaptação precisa de conseguir lidar com alterações disruptivas em áreas como recursos hídricos, zonas costeiras, agricultura e florestas devido às alterações climáticas.

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O coordenador referiu que estão a ser realizados workshops nos 26 municípios, com o envolvimento dos stakeholders, iniciativas que pretendem abrir o diálogo entre a comunidade científica envolvida no projeto, os municípios e a sociedade civil. O objetivo é discutir as opções de adaptação com todos antes da definição das medidas que farão parte de cada uma das EMAAC.

Como conclusão, foi referido que as medidas de adaptação às alterações climáticas dependem essencialmente da confiança com que as populações olham para o processo de decisão – um aspecto que requer que o processo seja colaborativo e inclusivo. Se por um lado é necessário reforçar a governação nos diferentes níveis de decisão, por outro é necessário reforçar o diálogo entre governo central, regional e local, empresas, universidades e outros stakeholders.

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publicado por Quercus às 17:20

Ministro do ambiente: "o nosso objetivo é um futuro sem emissões de carbono" 

Terça-feira, 08.12.15

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O ministro português do ambiente, João Matos Fernandes, interveio esta manhã no segmento ministerial da COP21 (agenda), que decorre em Paris até sexta-feira, para dizer que “o sucesso em Paris será medido pelo grau de ambição que conseguirmos consagrar no Acordo” e para assegurar que “Portugal está totalmente empenhado com a profunda descarbonização da sua economia” (ver texto integral ou vídeo).

No entanto, o novo governante admite que “na situação atual, o nível de ambição para 2030 ainda não é suficiente para nos manter abaixo dos 2ºC” de aquecimento global, o que significa que a COP21 deverá aprovar “um Acordo firme que dê um sinal claro de que todos os países estão comprometidos com a descarbonização e com a adoção de opções de baixo carbono a um nível nacional, em linha com um objetivo global.” Nesta “viagem de longo curso”, Portugal pugnará por “um processo global de revisão a cada 5 anos”, que “reforce as contribuições nacionais”.

José Matos Fernandes recordou que o país “cumpriu o seu primeiro período de compromisso das metas de Quioto e está a caminho de cumprir a sua segunda meta do período de compromisso para 2020”. Lembrou também que já foi aprovado um quadro estratégico “que define a visão e os objetivos de política climática nacional e que inclui o Programa Nacional para as Alterações Climáticas, com uma meta de redução de 30% a 40% abaixo dos níveis de 2005 até 2030, incluindo metas sectoriais; e a segunda fase da Estratégia Nacional de Adaptação, com especial ênfase no conhecimento, integração e implementação.”

Neste âmbito, assegurou, “Portugal está totalmente empenhado com a profunda descarbonização da sua economia”, mas apesar de terem sido dados passos “em termos de redução da poluição industrial, na promoção das energias renováveis, reduzindo a dependência das importações de energia e a intensidade de carbono da nossa economia” é preciso ir mais longe, porque “o objetivo é um futuro sem emissões de carbono.”

“Precisamos de aumentar a ambição no que respeita ao nível de emissões provenientes dos setores residencial e de serviços e dos transportes, o que exigirá a adoção de um conjunto de medidas nas áreas da reabilitação urbana, da eficiência energética e da mobilidade sustentável, contribuindo para uma verdadeira politica integrada de cidades, tendo o novo Governo de Portugal concentrado todas estas competências no Ministério do Ambiente.” 

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publicado por Quercus às 12:32

Portugal defende “dinamismo e ambição” no Acordo de Paris em negociação na #COP21

Quinta-feira, 03.12.15

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A delegação de Portugal na 21.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, ou COP21, é liderada pela Agência Portuguesa do Ambiente, que dedica esta página ao encontro e disponibiliza os principais documentos nacionais sobre alterações climáticas.

Segundo a página, na COP21, Portugal defenderá que a prioridade será “assegurar o dinamismo e ambição do Acordo de Paris”, um novo Acordo climático global que permita limitar o aumento da temperatura média global até um máximo de 2ºC, comparado com o período pré-industrial, até ao final do século, e que deverá ser ambicioso, duradouro e legalmente vinculativo.

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 “Estes objetivos deverão ser assegurados através de um mecanismo de aumento de ambição dos compromissos que possibilite a atualização, por parte de todos os países, dos seus compromissos de mitigação para períodos de compromisso futuros. Este processo deverá ocorrer em ciclos de 5 anos para todas as Partes, independentemente da duração do compromisso que assumam, sem retrocesso (individual e coletivo) no nível de ambição já inscrito por estas no Acordo.”

Para a APA, é “fundamental que o Acordo de Paris possa proporcionar confiança no compromisso de todas as Partes num futuro de baixo carbono que melhore a resiliência e reduza a vulnerabilidade das sociedades às alterações climáticas.”. Neste sentido, a agência salienta o nível de empenho e envolvimento político sem precedentes, com mais de 180 Partes (num total de 196), responsáveis por mais de 97% das emissões globais, a terem já submetido o seu compromisso nacional - a chamada INDC (Intended Nationally Determined Contribution).

“Estes compromissos são um ponto de partida importante para a redução global de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) apesar de o seu valor agregado não ser ainda suficiente para alcançar o objetivo dos 2ºC. Este facto reforça a necessidade de instituir no Acordo de Paris o mecanismo de aumento de ambição dos compromissos que a UE e Portugal têm defendido”, defende a Agência Portuguesa do Ambiente.

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publicado por Quercus às 11:00

Portugal entre os campeões dos subsídios aos veículos a gasóleo

Sexta-feira, 06.11.15

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Um estudo divulgado na semana passada pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), da qual a Quercus faz parte, mostra que os impostos sobre a gasolina são, em média, 14 cêntimos mais elevados do que sobre o imposto sobre o gasóleo na União Europeia (UE), o que se traduz num subsídio na ordem dos 2.600 euros por cada veículo a gasóleo ao longo do seu ciclo de vida.

Portugal é o terceiro país onde este diferencial assume maior importância, já que o valor do imposto aplicável à gasolina era, em 2014, cerca de 22 cêntimos mais elevado que o imposto pago pelos veículos a gasóleo.

Numa altura em que se verifica a descida dos preços do petróleo e face às notícias sobre a manipulação das emissões poluentes em veículos a gasóleo, este estudo vem sublinhar a importância dos países da UE acabarem com este subsídio e alinharem os impostos sobre o gasóleo e a gasolina.  

Este ‘desconto’ de 30% a favor do gasóleo é uma das principais razões que explica o facto dos veículos a gasóleo liderarem as vendas ao nível da UE. Esta tendência conduz ao agravamento da poluição, sobretudo nas cidades, tendo em conta que 9 em cada 10 veículos a gasóleo não cumprem os limites de emissão de óxidos de azoto (NOx) na estrada, face aos ensaios de laboratório.

De acordo com outro estudo recentemente divulgado pela Universidade Nova de Lisboa, só os veículos a gasóleo envolvidos na fraude das emissões poluentes do grupo Volkswagen levaram à emissão adicional de 807 toneladas de NOx, por ano, em Portugal. Este poluente tem efeitos na saúde humana, como o aumento de doenças respiratórias (por exemplo, a asma), tendo maior incidência em grupos sensíveis da população (nomeadamente crianças).

Grécia, Holanda e Portugal são os Estados-Membros “campeões” dos subsídios indiretos ao gasóleo de acordo com o estudo divulgado pelo T&E. Os impostos mais baixos sobre o gasóleo não têm ajudado também à redução das emissões de gases com efeito de estufa (responsáveis pelo agravamento das alterações climáticas), ao incentivarem veículos mais pesados e o aumento da mobilidade em veículos particulares.

Alguns países europeus já estão a rever as suas estratégias de fiscalidade sobre o gasóleo. A Bélgica e a França anunciaram planos para acabar com este diferencial nos próximos anos. O Reino Unido já aplica o mesmo valor de imposto por litro de gasolina e de gasóleo. Ainda assim, o gasóleo mantém uma vantagem ao apresentar um conteúdo energético 10% superior ao da gasolina.

Para a Quercus, apesar de Portugal estar na linha da frente na promoção dos veículos elétricos, nomeadamente por razões ambientais, este estudo mostra que o nosso país está entre os Estados-Membros que mantêm incentivos aos carros a gasóleo, o que não têm justificação na perspetiva ambiental.

É urgente corrigir esta perversidade do sistema que induz a utilização de veículos mais prejudiciais à saúde e à qualidade de vida nas nossas cidades.

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publicado por Quercus às 09:58

Renováveis e Seca

Terça-feira, 08.09.15

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De acordo com o IPMA, no seu Boletim Climatológico Mensal de agosto de 2015, o valor médio da temperatura média do ar e o valor médio mensal da temperatura máxima do ar foram ambas superiores ao normal, e o valor médio da quantidade de precipitação foi inferior ao normal. No que diz respeito ao índice de seca, Portugal mantém-se em situação de seca meteorológica, que se verifica desde março, com 74% do território nacional encontra-se em situação de seca severa a extrema, sendo a segunda mais grave dos últimos 70 anos.

 

Esta situação também já afetou a produção de energia elétrica por fontes renováveis. Entre janeiro e agosto de 2015, a produção renovável foi de cerca de 50%, um valor abaixo do registado nos últimos anos, segundo o boletim mensal da APREN. A grande hídrica contribuiu para 19% da produção renovável, tendo sido ultrapassada, neste período, pela energia eólica responsável por 22% produção de energia renovável.

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publicado por Quercus às 12:14

Primeiro semestre de 2015 foi o mais quente dos últimos 85 anos

Quarta-feira, 22.07.15

The_sun1_cc_Lykaestria.jpgEntre Janeiro e Junho de 2015 registou-se a média das temperaturas máximas do ar mais elevada dos últimos 85 anos - 20,06 graus - de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

 

29 de junho de 2015 foi o dia mais quente do ano, em que se registou uma temperatura máxima de 43,2ºC em Beja.

 

Já considerando o valor médio da temperatura do ar (que foi de 14,30ºC), o primeiro semestre de 2015 foi apenas o nono mais quente desde 1931, ano em que começaram a ser feitas estatísticas meteorológicas em Portugal.

 

As quatro ondas de calor registadas nos seis primeiros meses do ano (27 de março a 7 de abril; 9 a 15 de maio; 21 maio a 10 junho e 25 a 30 junho) contribuiram para este pico e trouxeram não só uma primavera mais quente do que seria 'normal', mas também um verão que se prevê continuar a registar temperaturas altas.

 

No que respeita à precipitação, o valor médio do primeiro semestre de 2015 foi de 258,8 milímetros (mm), bastante abaixo da média, que se situa nos 461 mm. Este foi o sexto valor mais baixo desde 1931, tendo o recorde sido registado em 2005, com 154,6 mm.

A nível global, o mês de junho e o primeiro semestre deste ano foram os mais quentes de sempre. A temperatura média global do Planeta atingiu os 16,33ºC, segundo o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). Segundo Jessica Blunden, cientista do NOAA, é difícil que 2015 não venha a ser o ano mais quente de sempre.

 

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publicado por Quercus às 11:50

BINGO, um projeto que vai analisar o impacto das alterações climáticas no ciclo da água

Segunda-feira, 13.07.15

 

Foi apresentado no passado dia 10 de julho, em Lisboa, o Projecto BINGO - Bringing INnovation to onGOing Water management – a better future under climate change.

O Projeto propõe-se avaliar os impactos das alterações climáticas no ciclo da água e identificar formas de combater as vulnerabilidades em várias regiões, "promovendo estratégias de gestão de risco e medidas de adaptação'.

 

Liderado pelo LNEC, e contando com20 parceiros europeus e uma equipa multidisciplinar de 70 elementos, esta iniciativa vai acompanhar seis casos concretos no norte e sul da Europa, abrangendo 6 países (Noruega, Holanda, Alemanha, Espanha, Portugal e Chipre).

O Projeto BINGO é "a primeira liderança portuguesa" no âmbito do programa europeu Horizon 2020.

 

Notícia completa no 'Observador': aqui

Página oficial do Projeto no Facebook: aqui

 

 

 

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publicado por Quercus às 17:28