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Precisamos de acabar com as emissões de carbono até 2050 para manter o aquecimento global abaixo de de 2°C

Quarta-feira, 03.12.14

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O que significa na prática manter o aquecimento global do planeta abaixo de 2ºC/1,5ºC? De acordo com o 5º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), após 2010 só podemos adicionar ao CO2 existente na atmosfera mais 1000 giga toneladas (ou 1 bilião de toneladas). Este é o limiar que nos permite uma probabilidade superior a 66% de manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC.

É o nosso “orçamento de carbono”. Para manter o aquecimento abaixo de 1,5 ° C a quantidade de CO2 adicional é consequentemente menor. Mas desde 2010 já gastamos cerca de 10% deste “orçamento”. Parando o aumento de emissões anuais globais hoje, em 25 anos usaríamos o resto do nosso orçamento e um terço seria gasto já até 2020. Como as emissões atuais ainda estão a aumentar, o nosso orçamento de carbono acabará ainda mais cedo. 

O que significa isto? Significa que é fundamental atingir o pico de emissões o mais cedo possível e um declínio das emissões ao nível global, para que seja possível alcançar a meta de longo prazo dos 2ºC/1,5ºC. Isto significa também que não devemos focar-nos na divisão das emissões entre países ou setores. É necessário eliminar as emissões de CO2 e rapidamente.

Este “orçamento de carbono” implica que as emissões de CO2 (maioritariamente resultantes da queima de combustíveis fósseis) precisam de ser reduzidas a zero até perto do ano 2050, se queremos ter uma certeza elevada de que conseguimos manter o aquecimento global abaixo de de 2°C e alguma certeza de que ficarmos abaixo de 1,5°C.

Isto significa também que não faz sentido continuar à procura de novos combustíveis fósseis, gastando milhões em subsídios no apoio à sua exploração. Já encontrámos o suficiente e cerca de 80% dessas reservas devem ser deixadas por explorar.

Obviamente, no espírito de equidade, que o IPCC considera ser a chave para o êxito da cooperação, os países com a maior responsabilidade e capacidade terão de começar primeiro a eliminar progressivamente as suas emissões fósseis, para além de fornecer apoio aos países mais pobres para que consigam fazer o mesmo. (adaptação deste artigo)

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publicado por Quercus às 09:34