Pico global de emissões de GEE tem de ser atingido até 2020, diz Agência Europeia da Energia
Para que seja possível alcançar um Acordo Climático bem sucedido no próximo mês de Dezembro, em Paris, o pico global de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) deverá ser atingido ainda esta década. Esta é uma constatação da Agência Internacional da Energia (IEA, na sigla em inglês).
De acordo com o responsável naA IEA pela política em matérias de tecnologia energética, Jean-François Gagné, os compromissos até agora manifestados pelos vários países serão provavelmente insuficientes para manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2 graus Celsius, em relação aos níveis pré-industriais.
Contudo, reconhece que irão permitir criar 'bases sólidas' para uma mudança no padrão global de consumo energético para longe dos combustíveis fósseis, desde que sejam continuamente ampliados.
Numa intervenção que decorreu no Centro de Estudos Estratégicos e Científicos em Washington D.C., Gagné incitou os países a aumentar a investigação e o desenvolvimento para estimular a inovação ao nível do setor energético.
Numa altura em que diplomatas de aproximadamente 200 países trabalham os detalhes para o novo acordo climático global que se espera alcançar em Paris, esta aposta poderá incentivar os países a definir metas mais ambiciosas face às propostas originais.
Atualmente, os progressos na inovação ao nível da energia limpa está aquém das expectativas. De acordo com o último relatório anual da IEA "Perspetivas para a Tecnologia Energética', as energias renováveis são responsáveis por cerca de 30% das reduções cumulativas globais de emissões de GEE, sendo a tecnologia de captura e armazenamento de carbono é responsável por cerca de 13%; a energia nuclear 8% e a eficiência na produção de eletricidade 1%.
Contudo, pela primeira vez este ano, nenhuma tecnologia está a atingir os objetivos definidos pela IEA para determinar qual a contribuição que cada uma deverá assegurar no sentido de limitar as concentração de GEE em 450 partes por milhão e manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC.
"Isto não significa que nunca seremos capazes de reduzir a nossa pegada de carbono. Significa sim que estamos a deixar escapar oportunidades", afirmou Gagné.
Para o dirigente da IEA, com a fatia do financiamento para investigação e desenvolvimento no setor energético estagnada nos 4%, é cada vez mais evidente que os Governos ainda não vêem o setor como prioritário.
Ver relatório da IEA 'Energy and Climate Change' (em inglês): aqui
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Apresentação da Encíclica Papal sobre alterações climáticas na sede das Nações Unidas
Doze dias após ter sido divulgada mundialmente a Encíclica papal Laudato Si’ dedicada exclusivamente ao tema das alterações climáticas, foi feita uma apresentação do documento na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, no dia 30 de Junho de 2015.
Perante uma audiência de 600 pessoas, a sessão foi inaugurada pelo Arcebispo Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé na ONU, e teve como principal orador o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Conselho Pontifício para a Paz e a Justiça.
"A prayerful meditation" (uma meditação em oração) foi a expressão utilizada pelo Cardeal Turkson para descrever a Encíclica do Papa Francisco, após sublinhar que o documento não pretende ser uma declaração teológica, um relatório científico nem documento de orientação.
Relatório completo do evento (em inglês) feito pelo Yale Forum on Religion and Ecology.
Imagem: https://robertscribbler.files.wordpress.com