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INDC atualizados à data de arranque da COP21

Segunda-feira, 30.11.15

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À data de abertura da COP21 eram 184 países que submeteram às Nações Unidas os seus compromissos nacionais (INDC) para redução de emissões. Estes 184 países valem 98,4% das emissões globais. Temos de esperar para ver se ainda assim se este grande passo é suficiente para chegar a um acordo em Paris.

 

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publicado por Quercus às 23:53

E o primeiro ‘Fóssil do Dia’ vai para… a Bélgica e a Nova Zelândia

Segunda-feira, 30.11.15

FossiloftheDayAwardlogo.pngComeçou hoje oficialmente a Cimeira do Clima, ou COP21, que este ano tem lugar em Paris, e que, como é habitual, conta com a análise crítica por parte da Rede de Ação Climática (CAN, na sigla inglesa), grupo de ONG que inclui a Quercus e que anualmente avalia e ‘premeia’ a prestação dos piores países. E o primeiro ‘Fóssil do Dia’ vai para

A Nova Zelândia, distinguida devido à hipocrisia do primeiro-ministro sobre o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, e a Bélgica, que conquista o vergonhoso galardão devido às divisões internas que estão a bloquear a sua ação climática. "Nos últimos seis anos, os líderes belgas têm discutido sobre como dividir os seus objectivos climáticos e energéticos entre as diferentes partes do país, com a única preocupação de passar a responsabilidade para outros. Estão a ignorar que cada ano de espera para que outros assumam compromissos vai agravar a crise climática. Jogar este jogo de espera significa brincar com o fogo, porque estamos numa corrida contra o  tempo na luta contra a crise climática", considerou Wendel Trio, director da CAN Europa.

Segundo este dirigente, "paralisada por disputas internas, a Bélgica é um dos poucos países da UE atrasada nas metas de redução de emissões. Além disso, os infrutíferos desacordos internos não permitiram ao país dar o apoio financeiro suficiente e durável para os países em desenvolvimento". "Este cenário é o exato oposto do que precisamos que os países ricos tragam à mesa das negociações em Paris, a fim de chegar a um acordo climático significativo. A inação da Bélgica está a ameaçar a credibilidade da UE nas negociações", salienta Wendel Trio.

No caso da Nova Zelândia, a CAN critica a hipocrisia do primeiro-ministro John Key, que numa iniciativa recente sobre a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis afirmou que o país é líder na abolição desse tipo de apoios, quando na realidade os subsídios à produção de combustíveis fósseis aumentaram sete vezes desde a sua eleição em 2008.

A Rede de Ação Climática (CAN) Europa é maior coligação europeia a trabalhar em questões climáticas e energéticas. Com mais de 120 organizações em mais de 30 países europeus - que representam mais de 44 milhões de cidadãos - a CAN Europa trabalha para prevenir a perigosa mudança climática e para promover políticas climáticas e energéticas sustentáveis. Os prémios ‘Fóssil do Dia’ foram apresentados pela primeira vez em 1999, em Bona. [Fontes: CAN Europe e CAN International]

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publicado por Quercus às 17:42

Centenas desfilam em Lisboa na Marcha Mundial pelo Clima

Domingo, 29.11.15

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Algumas centenas de pessoas participaram esta tarde, em Lisboa, numa iniciativa local inserida na Marcha Mundial pelo Clima, que na capital uniu o Martim Moniz à Alameda. Em Portugal, houve também acções em Coimbra e no Porto, locais que engrossaram a extensa lista de cidades que em todo o mundo aderiram à iniciativa.

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Em Paris, onde começou hoje a COP21, realizaram-se várias acções simbólicas, incluindo um cordão humano e uma vigília de pares de sapatos que encheram a Praça da República - a forma encontrada para contornar a proibição de manifestações, dado o 'estado de emergência' que vigora na capital francesa. Esta mobilização global defende que os delegados presentes na COP21 cheguem a um entendimento sobre um Acordo Global de combate às alterações climáticas.

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publicado por Quercus às 17:36

As negociações na COP de Paris começam hoje!

Domingo, 29.11.15

Ainda antes da abertura oficial da COP21 em Paris e enquanto cidadãos de todo o mundo sairam à rua a exigir mais ambição dos governantes, os delegados das Partes estarão reunidos na primeira reunião que se espera culminará no esperado Acordo de Paris, já hoje às 17 horas de Paris (16 horas de Lisboa).

A Quercus e outras organizações não governamentais enviaram uma carta aberta aos Delegados das Partes para que demonstrem vontade política e para que seja possível conseguir um acordo ambicioso e juridicamente vinculativo que permitirá limitar o aquecimento global entre os 1,5°C - 2ºC.

 

Os principais pontos desta carta são:  

- Ambição e adoção de compromissos vinculativos por um ciclo de 5 anos para a mitigação, a fim de rever periodicamente as Contribuições Nacionais Determinadas (INDC, da sigla em inglês) para evitar um bloqueio de baixa ambição até 2030. Esses ciclos devem também ser complementados por requisitos claros e dinâmicos que obriguem os países a ampliarem continuamente o nível da sua ambição.

- Concordância com um objetivo ambicioso de longo prazo e comprometer-se com uma meta de descarbonização até 2050, abrindo o caminho para uma transição progressiva dos combustíveis fosseis para as energias renováveis.

- Adotação de uma abordagem centrada no respeito pelos direitos humanos para elaborar as políticas climáticas, para evitar, por exemplo, os impactos negativos associados com os projetos elaborados pelos mecanismos financeiros estabelecidos pela Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

- Rejeição do conceito de créditos internacionais de compensação de carbono no futuro acordo de Paris pós-2020. Os países industrializados devem contribuir na luta contra as alterações climáticas pela aplicação de medidas no próprio território nacional.

- Fornecimento um apoio financeiro suficiente para ajudar os países em vias de desenvolvimento a implementarem ações climáticas e um apoio financeiro adicional para enfrentarem as perdas e prejuízos delas consequentes.

- Estabelecimento de regras objetivas de elegibilidade para usar os mecanismos de mercado e, também, princípios-chave para garantir a integridade ambiental dos mercados de carbono, tais como não apoiar mecanismos de dupla contagem, ou ainda, o principio de complementaridade.

- Assegurar a integração efetiva dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU, na ação climática, incluindo, nomeadamente, os critérios obrigatórios para a avaliação, comunicação e verificação dos benefícios relacionados com  a sustentabilidade, e excluindo os projetos que sustentam tecnologias e práticas com elevados custos sociais e ambientais, tais como o uso de combustíveis fósseis, energia nuclear, ou ainda, grandes barragens hidroelétricas.

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publicado por Quercus às 16:00

Ações pelo Clima hoje em todo o mundo

Domingo, 29.11.15

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Ontem começaram as manifestações em todo o mundo a favor de um Acordo Global, que começa já hoje a ser negociado em Paris, para combater as alterações climáticas.

Hoje, em Paris, face à impossibilidade de realizar a grande Marcha do Clima prevista, irão realizar-se outras iniciativas, cuja mais simbólica será a de encher a Praça da República e ruas envolventes com os sapatos de quem ia marchar. O Papa Francisco juntou-se a esta iniciativa, enviado também os seus sapatos.

Esta iniciativa começa às 11 horas de Lisboa. A esta hora irá fazer-se um cordão humano entre a Praça da república e a rotunda da Nação ao longo do Boulevard Voltaire, também em Paris.

 

A outra iniciativa prevista para Paris, "March 4 Me" organizada prinicipalmente por organizações não governamentais. O mote é: senão podemos marchar pelo clima, marchemos por nós.

 

Em Portugal, váriás são as iniciativas, marchas e cordões que irão ocorrer esta tarde, a partir das 15 horas.

Lisboa, 29/11, 15hMarcha Mundial do Clima

O ponto de partida irá ser no Martim Moniz (às 15h) com destino à Alameda (junto da Fonte), passando pela Avenida Almirante Reis. O objetivo irá passar por fazer uma grande concentração de pessoas no jardim da Alameda e, se possível, fazer com que os que estão ao redor também participem. Pede-se aos participantes para irem de verde.

 

Porto, 29/11, 15hMarcha pelo Clima no Porto

A concentração e partida será no Largo do Terreiro. A partir daí os participantes irão percorrer as ruas da cidade, direção ao adro da Câmara Municipal do Porto. O trajeto é curto para possibilitar a adesão de pais com crianças e idosos.

Pede-se aos participantes que tragam uma corda para se amarrar umas às outras e assim ter um enorme cordão humano.

 

Coimbra, 29/11, 15hSustenta'Terra, Sustenta' Vida

Os participantes juntar-se-ão na Praça da República de onde partirá uma marcha pelo clima até ao Largo da Portagem com a durabilidade de aproximadamente 30 minutos. No Jardim da Sereia existirá um espaço com uma tela gigante onde todos poderão deixar o seu contributo. Os participantes deverão trazer vestido uma camisola branca e corações verdes ou azuis, feitos em cartolina.

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publicado por Quercus às 08:53

Allianz anuncia cortes de investimento no carvão e favorece renováveis

Sábado, 28.11.15

A seguradora alemã Allianz SE, um das maiores gestoras de ativos financeiros do mundo, anunciou os seus planos para reduzir os investimentos em empresas que utilizam carvão e aumentar o financiamento a empresas focadas em energia eólica nos próximos seis meses.

As razões deste desinvestimento no carvão e aposta em energias renováveis prendem-se com o impacto sobre as alterações climáticas e do seu plano de negócios. A decisão irá afetar investimentos da ordem dos 4 mil milhões de Euros.

O presidente-executivo Oliver Baete afirmou o compromisso da Allianz em desinvestir em empresas, se mais de 30% por cento das suas vendas forem provenientes da exploração do carvão ou se este gerar mais de 30% por cento da produção de energia elétrica.

A poucos dias da COP21 em Paris, a Allianz dá o seu contributo para cumprir o objetivo de limitar o aquecimento global em 2ºC que será reforçado nas negociações em Paris, e mostra-se consciente sobre os riscos económicos envolvidos no investimento em fontes de energia de grandes emissões de carbono.

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publicado por Quercus às 12:00

Marcha pelo Clima!

Sexta-feira, 27.11.15

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 No fim-de-semana que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), em Paris, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo irão para a rua em mais de 2000 eventos em 150 países, para aquecer os governantes e exigir que cheguem a um compromisso para um novo acordo global em Dezembro. Também em Portugal muitos cidadãos, movimentos e organizações não governamentais se associarão a estas iniciativas, estando a Quercus presente em três delas, em Lisboa, no Porto, e em Coimbra.

Em todo o Mundo, os cidadãos vão sair à ruapara exigir aos governos que consigam encontrar um acordo que ajude a acabar com a exploração dos combustíveis fósseis, que financie uma transição justa para 100% de energia renovável para todos e que proteja as comunidades mais vulneráveis dos piores impactes das alterações climáticas.

A iniciativa Global Climate March está a juntar todas as iniciativas que vão acontecer em todo o mundo. No âmbito desta ação global, estão previstas várias iniciativas em diversas cidades de Portugal. A Quercus também se associa a este movimento internacional, estando presente em três iniciativas (em Lisboa, no Porto e em Coimbra), apelando por isso à participação dos seus membros, voluntários e de todos os cidadãos nacionais.  

Lisboa, 29/11, 15hMarcha Mundial do Clima

O ponto de partida irá ser no Martim Moniz (às 15h) com destino à Alameda (junto da Fonte), passando pela Avenida Almirante Reis. O objetivo irá passar por fazer uma grande concentração de pessoas no jardim da Alameda e, se possível, fazer com que os que estão ao redor também participem. Pede-se aos participantes para irem de verde.

Porto, 29/11, 15hMarcha pelo Clima no Porto

A concentração e partida será no Largo do Terreiro. A partir daí os participantes irão percorrer as ruas da cidade, direção ao adro da Câmara Municipal do Porto. O trajeto é curto para possibilitar a adesão de pais com crianças e idosos.

Pede-se aos participantes que tragam uma corda para se amarrar umas às outras e assim ter um enorme cordão humano.

Coimbra, 29/11, 15hSustenta'Terra, Sustenta' Vida

Os participantes juntar-se-ão na Praça da República de onde partirá uma marcha pelo clima até ao Largo da Portagem com a durabilidade de aproximadamente 30 minutos. No Jardim da Sereia existirá um espaço com uma tela gigante onde todos poderão deixar o seu contributo. Os participantes deverão trazer vestido uma camisola branca e corações verdes ou azuis, feitos em cartolina.

 

 

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publicado por Quercus às 10:00

Reino Unido anuncia planos para encerrar centrais a carvão em 2025

Sexta-feira, 27.11.15

coal_power_plant.jpgO governo do Reino Unido anunciou na semana passada os seus planos para encerrar todas as centrais de produção de energia a carvão até 2025, e de limitar a sua utilização já a partir de 2023.

A decisão foi anunciada pela Secretária de Estado para a Energia e Alterações Climáticas, Âmbar Rudd, num discurso que estabelecia um novo rumo para a política energética do país, centrado na segurança de fornecimento de energia e mais dirigida para as famílias e empresas.

No último século, o Reino Unido tem vindo a desenvolver-se à custa do investimento em tecnologias com grandes emissões de carbono, como centrais de produção de energia a carvão, muito poluentes e algumas com mais de 50 anos de idade. 

Esta notícia chega poucas semanas antes da COP21 em Paris, destinada a garantir um novo acordo sobre as alterações climáticas, e que deverá incluir uma grande pressão por metas nacionais para reduzir as emissões globais e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis.

As associações de defesa do ambiente mostram-se satisfeitas com os planos do Reino Unido para abandonar o carvão, mas criticam a nova aposta do país no gás natural e em centrais nucleares, quando a aposta e o investimento deveriam ser na eficiência energética e energias renováveis, mais seguras, acessíveis e limpas.

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publicado por Quercus às 10:00

Eficiência energética é o caminho mais custo-eficiente para estabilizar o clima, com uma poupança global de 2,8 biliões de dólares

Quinta-feira, 26.11.15

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O estudo “How Energy Efficiency Cuts Costs for a 2°C Future”, realizado por um consórcio de grupos liderados pelo Fraunhofer ISI, analisa como as políticas e programas de promoção da eficiência energética no Brasil, China, Europa, Índia, México e os EUA podem ajudar a reduzir o custo de descarbonização da economia em 250 mil milhões de dólares por ano nestes países, sem custos líquidos para a sociedade até 2030.

O estudo partiu da modelação de várias vias para identificar a contribuição da eficiência energética para atingir o objetivo assumido à escala internacional de limitar o aquecimento global em 2ºC. Os resultados mostram que, seguindo a via que dê a prioridade à eficiência energética, podem ser alcançadas, a baixo custo, reduções do consumo de energia até 2030, mas também reduções das emissões de carbono associadas ao fornecimento de energia.

Até 2030, a eficiência energética pode reduzir o custo global de limitar o aquecimento global em 2°C no valor de 2,8 biliões de dólares, comparativamente com outras vias mais intensivas de energia. As potenciais poupanças anuais que se poderiam obter pela via da eficiência energética variam conforme o país. Podem variar entre 0,1 a 0,4 por cento do Produto Interno Bruto anual, e não são sensíveis a mudanças macroeconómicas ou do preço dos combustíveis.

Para além disso, os benefícios económicos da eficiência energética podem ajudar a eliminar a pobreza energética. Outro estudo do Banco Mundial evidenciou que o mundo pode alcançar o acesso universal a energia elétrica por meio de investimentos anuais entre 40 e 100 mil milhões de dólares. A poupança anual obtida pela via da eficiência energética - no valor de 250 mil milhões de dólares anuais - poderia ajudar a financiar esse objetivo crítico.

As políticas, programas e tecnologias de promoção da eficiência energética no Brasil, China, União Europeia, México e EUA podem reduzir o custo de descarbonização em 250 mil milhões de dólares por ano, e reduzir as emissões anuais em 11 mil milhões de toneladas (Gt) de CO2e em 2030 - cerca de dois terços das reduções de GEE necessárias nestas regiões para limitar o aquecimento global em 2°C.

Enquanto os líderes mundiais ponderam sobre a melhor forma de cumprir os seus compromissos para reduzir as emissões de carbono como parte das negociações internacionais sobre o clima em Paris, este estudo mostra que a eficiência energética tem uma verdadeira ação climática com benefícios económicos líquidos, a partir de reduções na intensidade energética e emissões de carbono associadas.

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publicado por Quercus às 15:33

Conferência da ONU sobre clima começa segunda-feira, 30 de Novembro em Paris

Quarta-feira, 25.11.15

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Começa na próxima segunda-feira, dia 30 de novembro, a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorrerá até 11 de dezembro em Paris. A Conferência de Paris não será por si só capaz de dar uma resposta completa à crise climática, mas terá de melhorar a probabilidade de se conseguir limitar as alterações climáticas a um aumento de temperatura entre 1,5º e 2ºC.


Os compromissos nacionais (INDCs, na sigla em inglês) para a redução de emissões, que até agora foram apresentados por 171 países à Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), são insuficientes para manter o aumento de temperatura global abaixo dos 2º Celsius acordados em Copenhaga. Os Estados Unidos da América assumiram o compromisso de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa entre 26-28% até 2025, com base em 2005. A China assumiu que o seu pico de emissões seria alcançado em 2030 e a União Europeia assumiu um compromisso de redução de 40% das emissões de GEE em 2030, em relação a 1990.

 
Estes compromissos assumidos conduzirão o mundo a um aumento da temperatura média global de pelo menos 2,7ºC [2]. Nesse mundo, a realidade diária será pautada por cheias e secas mais frequentes, escassez de água e de alimentos, aumento do número de refugiados e conflitos, bem como danos irreversíveis para os ecossistemas, as economias e as comunidades humanas.

 
O que está em cima da mesa em Paris

A CAN publicou o documento com as suas expectativas e ambição para a COP 21 [3], de Paris, cujos tópicos mais importantes são:

Manter o aumnto de temperatura global abaixo de 1,5ºC - 2ºC

Para atingir este objetivo assumido pelos países presentes na COP de Copenhaga, em 2009, é necessário:

- um Acordo com períodos de compromisso de 5 anos, para que possam ser revistos sempre que se cumpra esse intervalo de tempo;

- Um mecanismo de ambição para que em cada revisão seja possível aumentar o nível de ambição dos compromissos anteriores;

- Um compromisso  de longo prazo para a eliminação total das emissões dos combustíveis fósseis e a introdução progressiva de 100% de energia renovável, o mais tardar em 2050.

Financiamento

É por todos reconhecido que os países em desenvolvimento precisam de assistência financeira por parte dos países desenvolvidos, como apoio à transição para a produção de energia limpa e à redução de emissões de GEE, sem que o seu desenvolvimento seja posto em causa. Por outro lado, os países desenvolvidos necessitam também de assistência para a adaptação aos efeitos severos das alterações climáticas.

Em Copenhaga, na COP 15, os países acordaram que seriam providenciados, até 2020, pelo menos 100 mil milhões de euros por ano para financiamento climático. Os países em desenvolvimento querem garantir que este financiamento continua para além de 2020, mas continua pouco claro como isto irá acontecer.

Aumentar o nível de ambição no curto-prazo

Como os compromissos nacionais agora assumidos pelos países começam apenas em 2020, é necessário fazer mais no curto prazo. Os países desenvolvidos devem aumentar o seu nível de ambição de redução da emissão de GEE até 2020 e concretizar os apoios na forma de financiamento e tecnologia assumidos em Copenhaga.

Adaptação e Perdas e Danos

Para os países menos desenvolvidos e muitos dos países do G77, as "Perdas e Danos" representa um ponto fundamental nas negociações. Para estes países é essencial criar um fundo de financiamento separado para a adaptação às alterações climáticas e para responder aos desastres climáticos e outros impactes para os quais já não é possível a adaptação (perdas e danos). Os desafios em torno deste ponto passam por questões como a dificuldade de ligar as alterações climáticas a eventos específicos que causam perdas e danos, para que seja possível avaliar a reparação do dano.

O que se espera da União Europeia

Portugal apresenta-se nestas conferências como parte integrante da União Europeia (UE), onde é assumida uma posição conjunta de negociação. Para o sucesso de Paris, a UE precisa de:

- Defender a inclusão no Acordo de Paris do compromisso de eliminação gradual de todas as emissões de combustíveis e a introdução progressiva de 100% de energia renovável

- Defender a revisão dos compromissos nacionais assumidos pelos países a começar imediatamente depois da COP 21 e a estar completa em 2018;

- Aumentar o nível de ambição de pelo menos 40% de redução de emissões de GEE até 2030 (que constitui o INDC da UE), para pelo menos 55% de redução até 2030, com base em 1990;

- Publicar detalhadamente os compromissos assumidos pela UE e especificar o total das emissões na UE entre 2021 e 2030;

- Assumir uma meta para 2025, para além da meta para 2030, pois o mecanismo de períodos de compromisso de 5 anos é a melhor ferramenta para aumentar a ambição;

- Impulsionar a ambição da UE pré-2020, incluindo a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis, a eliminação das licenças de emissão excendentárias do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (EU-ETS) e a implementação da legislação sobre eficiência energética e energias renováveis;

- Mostrar liderança para o resto do mundo e assumir um compromisso de redução de emissões de 30% em 2020, em relação a 1990. Em 2014 a redução de emissões foi de 23% em relação a 1990, e muito provavelmente chegará a uma redução de 30% em 2020.

- Contribuir com a sua parte de forma justa para o total dos 100 mil milhões de dólares anuais, até 2020, destinados ao financiamento climático. A UE também precisa de aumentar a sua contribuição financeira no pós-2020, o que não aconteceu no Conselho de Finanças de 10 de novembro passado
 
- Assegurar que o Acordo de Paris estimula a transição dos apoios financeiros e investimentos aos combustíveis fósseis para as energias renováveis.

Posição de Portugal

O Quadro Estratégico para a Política Climática (QEPiC), aprovado em julho de 2015, apresenta os objetivos nacionais em termos de política climática - de mitigação e adaptação.

Os objetivos mais importantes no pós-2020 são:

- Meta de redução das emissões de GEE entre 30% a 40% em 2030, assegurada por trajetória de redução entre 18%-23% já em 2020 (ambas com base em 2005);

- Redução do consumo de energia em 30%, em relação à baseline, assente na eficiência energética;

- Fomento das energias renováveis, atingindo 40% do consumo final de energia em 2030.

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publicado por Quercus às 09:59


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