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Quercus vai estar na 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas, que começa esta 2ª feira, em Bona

Segunda-feira, 06.11.17

 Começa esta 2ª feira, dia 6 de novembro, a 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23), que decorrerá em Bona, na Alemanha, até 17 de Novembro, e será presidida pelas Ilhas Fiji. A Quercus, membro da Rede Europeia de Ação Climática, estará presente na conferência, integrada na delegação oficial portuguesa como única representante oficial das ONG de Ambiente nacionais, devidamente designadas pela CPADA – Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente. O grande desafio da COP23 será antecipar as conversações com vista a reavaliar já as contribuições nacionais de cada país na redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), de modo a que seja possível alcançar os objetivos do Acordo de Paris, que entrou em vigor faz hoje precisamente 1 ano.

 

Numa semana em que a Organização Mundial de Meteorologia anunciou ter sido atingido, em 2016, um valor recorde de concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera – de 403,3 partes por milhão (ppm) – não restam dúvidas que, se mantivermos as atuais e insuficientes metas de redução de GEE, não será possível manter o aumento da temperatura média do planeta abaixo do limite seguro de 2ºC face aos níveis pré-industriais.
 

Um novo estudo da Universidade de Washington aponta para um cenário pior do que o esperado e prevê que, em 2100, o aquecimento global resulte num aumento da temperatura do planeta entre 3ºC e 5ºC. Este mesmo estudo refere que as probabilidades de efetivamente cumprirmos as metas dos 2ºC e dos 1,5ºC, definidas em Paris, são de apenas 5% e 1%, respetivamente.

 

Queremos Portugal neutro em carbono em 2050

 

Portugal atravessa um período dramático e representativo das consequências de um clima já em mudança, com grande parte do território em situação de seca extrema, e temperaturas elevadas para a época, um contexto que contribuiu também para potenciar ainda mais a intensidade dos fogos florestais que reduziram a cinzas vários milharesde hectares de floresta. Por isso, a adaptação às alterações climáticas, a prevenção e o planeamento de uma floresta resiliente têm de ser prioridades.

 

Por outro lado, tendo em conta que 50% das nossas emissões de CO2 têm origem na produção de eletricidade e nos transportes, a progressiva descarbonização destes setores e a aposta nas energias renováveis não podem ficar só pelas promessas.

 

Na opinião de João Branco, presidente da Direção Nacional da Quercus, que estará na COP23, “Portugal deve dar o exemplo em Bona e manter o tom ambicioso que pautou o discurso de António Costa na COP22, em Marraquexe, no qual o Primeiro-Ministro assumiu o objetivo de sermos um país neutro em emissões de gases com efeito de estufa até ao final da primeira metade do século.

 

Quercus enumera os 6 desafios da UE na COP23

 

Com a anunciada saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, um dos grandes desafios será, desde logo, conseguir que o resto dos signatários permaneçam juntos e criem pontes de diálogo para aumentar a sua ambição climática.


Da União Europeia, espera-se que assuma o papel de líder das negociações, mas para isso é preciso que dê provas de querer ir mais além. Para a Quercus, estes são os principais desafios para que a UE fale a uma só voz:

 

- Acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, nomeadamente ao carvão, e encerrar as centrais térmicas;

- Reformar o regime do comércio de licenças de emissão da UE, corrigindo o excedente de licenças e assegurando que os incentivos à modernização do setor não são utilizados para financiar as indústrias fósseis;

- Apoiar as comunidades mais afetadas pelos impactes das alterações climáticas na transição para um modelo energético limpo e uma economia segura e sustentável;

- Assumir o compromisso de 100% de energia renovável já em 2050 e travar o desperdício de energia, elevando a fasquia das metas estabelecidas para a eficiência energética e para as renováveis;

- Reforçar a capacidade das florestas e dos solos no combate às alterações climáticas, aumentando o nível de ambição do Regulamento LULUCF (Land Use, Land-Use Change and Forestry) de modo a aumentar os sumidouros florestais e o uso sustentável das florestas do ponto de vista climático;

- Reforçar a atuação ao nível da qualidade do ar, atualizando os valores-limite permitidos, de modo a assegurar o cumprimento dos compromissos estabelecidos pelos países quanto à redução da poluição atmosférica.

 

 

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publicado por Quercus às 11:04





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