Allianz anuncia cortes de investimento no carvão e favorece renováveis
A seguradora alemã Allianz SE, um das maiores gestoras de ativos financeiros do mundo, anunciou os seus planos para reduzir os investimentos em empresas que utilizam carvão e aumentar o financiamento a empresas focadas em energia eólica nos próximos seis meses.
As razões deste desinvestimento no carvão e aposta em energias renováveis prendem-se com o impacto sobre as alterações climáticas e do seu plano de negócios. A decisão irá afetar investimentos da ordem dos 4 mil milhões de Euros.
O presidente-executivo Oliver Baete afirmou o compromisso da Allianz em desinvestir em empresas, se mais de 30% por cento das suas vendas forem provenientes da exploração do carvão ou se este gerar mais de 30% por cento da produção de energia elétrica.
A poucos dias da COP21 em Paris, a Allianz dá o seu contributo para cumprir o objetivo de limitar o aquecimento global em 2ºC que será reforçado nas negociações em Paris, e mostra-se consciente sobre os riscos económicos envolvidos no investimento em fontes de energia de grandes emissões de carbono.
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1 comentário
De humberto a 29.11.2015 às 09:18
Todo o bom vendedor sabe que quando quer vender algo tem de ir para onde estão os potenciais clientes e foi o que a Allianz fez. A Allianz, numa estratégia de 'marketing' lançou o isco exactamente para o local onde todos os potenciais grandes clientes estarão reunidos.
Assim de fora parece uma estratégia óbvia mas não deixa de ser genial acenar com 4 mil milhões de euros aos países quando a muitos deles muita falta lhes faria uma fatia desse investimento, desse dinheiro.
Mas não julguem que a estratégia da Allianz acaba aqui. A Allianz, tal com outros investidores (petrolíferas incluídas), decidiu investir onde terá mais lucros a ganhar. Com os preços dos combustíveis fósseis em mínimos há claramente muito mais dinheiro a ganhar se investirem em centrais eólicas cuja energia produzida é vendida a preços bastante mais altos. Até vocês sabem disso apesar deste pormenor não vos ser conveniente.
A Allianz pode acenar com 4 mil milhões de euros mas pretende assim ir buscar muitos mais em lucros e isto não deveria ser novidade já que os consumidores pagam muito mais cara a electricidade proveniente de centrais eólicas (ou solares) do que a proveniente de centrais a carvão.
Em termos de investimento, para uma empresa que busca o lucro, faz todo o sentido.