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Apenas um em cada 10 veículos novos a diesel é limpo e eficiente

Segunda-feira, 14.09.15

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Os principais fabricantes de automóveis estão a comercializar veículos a gasóleo que não cumprem na estrada os limites de poluição dos veículos definidos ao nível europeu, de acordo com dados obtidos pela Federação Europeia para os Transportes e Ambiente (T&E) da qual a Quercus faz parte. Todos os novos veículos a gasóleo deveriam estar a cumprido as normas de emissão Euro 6 desde 1 de setembro - mas apenas um em cada 10 cumpre estas normas, segundo os testes realizados.

Em média, os novos veículos a gasóleo colocados no mercado europeu produzem emissões cerca de cinco vezes superiores ao limite permitido. Os resultados foram compilados num novo estudo “Don’t Breathe Here”, hoje divulgado, em que a T&E analisa os dados mais recentes sobre a violação dos limites de emissão de poluentes emitidos pelos veículos. De todos, o pior desempenho foi da marca Audi, com emissões 22 vezes superiores ao limite permitido.

Na realidade, apenas três dos 23 novos veículos testados cumprem as normas de emissão, quando testados em condições reais de condução (na estrada). A principal razão é o recurso a  sistemas de tratamento de gases de escape, mais baratos e menos eficazes, nos novos veículos introduzidos no mercado europeu, porque os sistemas de testes são inadequados, de acordo com dados recentemente divulgados pelo ICCT. O custo de instalação de um sistema de tratamento de emissões poluentes nos veículos a gasóleo é de cerca de 300 Euros. Por outro lado, os veículos a gasóleo comercializados nos EUA pelos mesmos fabricantes usam sistemas de tratamento de gases de escape mais eficientes e produzem menores emissões. 

Pela primeira vez, um novo teste de emissões a ser introduzido não antes de 2018 permitirá medir as emissões dos veículos a gasóleo em condições reais de condução. Enquanto isso, os fabricantes de automóveis continuam a desenvolver esforços para atrasar a introdução dos novos testes, exigindo alterações às regras acordadas em julho.

O atual regime de testes, com mais de 30 anos, tem conduzido a ultrapassagens dos valores limite de dióxido de azoto por toda a Europa, com agravamento de problemas respiratórios, como a asma em pessoas vulneráveis, e redução da esperança média de vida em zonas mais poluídas. No Reino Unido, onde o número de veículos a gasóleo aumentou de 1,6 para 12 milhões desde 1994, uma agência governamental de saúde averiguou que milhares de pessoas sofreram ataques durante episódios de poluição ocorridos durante a última primavera, sobretudo partículas e dióxido de azoto, poluentes tipicamente emitidos pelos veículos a gasóleo. Estimativas apontam que o número de mortes prematuras em Londres também duplicou, porque os efeitos na saúde causados pelo dióxido de azoto foram incorporados na análise.

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publicado por Quercus às 12:48


1 comentário

De Humberto a 21.09.2015 às 10:26

Finalmente uma texto dedicado à poluição!

Só é penas que seja, infelizmente, apenas um breve e efémero momento de razoável lucidez por parte da Quercus.

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