Aumento da eficiência dos novos aviões comerciais atrasado mais de uma década
Desde 2010, a eficiência de combustão das novas aeronaves tem aumentado apenas 1,1% ao ano, um aumento ainda insuficiente e que sugere que os fabricantes irão falhar os objetivos de eficiência para as novas aeronaves para 2020, propostos pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês) em 12 anos, segundo um estudo recentemente divulgado pelo Conselho Internacional para os Transportes Limpos (ICCT - International Council on Clean Transportation).
Com o esperado aumento do tráfego aéreo (a Associação Internacional de Transporte Aéreo prevê um crescimento anual de 4,1% para os próximos 20 anos), um progresso de apenas 1% no aumento da eficiência de combustível nas novas aeronaves fica muito atrás dos avanços tecnológicos necessários para cumprir as metas da ICAO.
Desde 2009 - e depois de ter rejeitado a ideia em 2001 - a ICAO tem trabalhado na definição de limites de emissão de CO2 para as novas aeronaves para impulsionar tecnologias mais eficientes, em termos de poupança de combustível, na sua frota. O trabalho deverá estar concluído em 2016, três anos depois do previsto, sobre o limite de emissão de CO2 que as novas aeronaves deverão cumprir em 2020. As decisões sobre o rigor deste limite de emissão serão tomadas ao longo dos próximos meses.
A tendência dos ganhos de eficiência de combustível tem variado ao longo do tempo: nos anos de 1980 a melhoria da eficiência era de 2,6% por ano, enquanto nenhum progresso foi feito durante a década de 1970 e no período entre 1995 e 2005. O progresso da eficiência está fortemente relacionado com o preço do combustível ou seja, o aumento do preço do querosene (o combustível usado na aviação) que aconteceu durante o início da década de 1980 e depois de 2004 corresponderam progressos ao nível da eficiência de combustível nas novas aeronaves.
Por comparação com as emissões de um país, a aviação global ocuparia a sétima posição em termos de emissões de CO2, logo a seguir à Alemanha. As emissões de CO2 da aviação aumentam todos os anos e estimam-se que possam triplicar até 2050. A aviação é um dos modos de transporte que mais contribui para as alterações climáticas.
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1 comentário
De Humberto a 13.09.2015 às 10:12
«Aumento da eficiência dos novos aviões comerciais atrasado mais de uma década»
e penso: que bom, um artigo sobre o tema da eficiência na aviação, talvez uma análise da competitividade das companhias aéreas e dos benefícios resultantes do menor consumo de combustível para os utentes que beneficiariam de tarifas mais baixas e para o transporte de bens perecíveis que seriam transportados a um preço ainda mais baixo beneficiando assim os consumidores que estão já tão habituados a ver produtos cultivados no outro lado do mundo na sua mesa.
Mas afinal, não. Afinal a preocupação é mais uma vez o CO2.
Como já aqui escrevi antes a quercus deveria mesmo limitar-se a fazer aquilo para que tem vocação e aqui está um belo exemplo:
«Quercus diz que parque eólico de Moncorvo ameaça a paisagem do Douro Vinhateiro
Lusa 08/09/2015 - 19:13»
http://www.publico.pt/local/noticia/quer
Nem uma única menção ao CO2 ou alterações climáticas na notícia. Ao invés disso temos e, muito bem, uma fundada preocupação para com o ambiente e bem estar das populações em volta do projectado parque eólico:
«A associação ambientalista Quercus considerou esta terça-feira que a construção do Parque Eólico de Torre de Moncorvo (PETM) é uma nova ameaça à integridade paisagística do Alto Douro Vinhateiro, uma região que é Património da Humanidade.»
«A Quercus considera que este projeto do PETM não está em condições de ser aprovado pelo Ministério do Ambiente (...) a Quercus diz não descartar uma queixa contra os promotores da estrutura energética junto da UNESCO.»
«Para os ambientalistas da Quercus o ruído provocado pelos aerogeradores vai para além do permitido por lei. "Não estamos convencidos com os testes de ruído, até porque num dos ensaios foram registados valores acima do legalmente previsto", frisou João Branco.»
«Outras preocupações manifestadas pelos ambientalistas têm a ver com a avifauna da região, como as colónias e abrigos de morcegos, um casal de Águia-de-bonelli - espécie ameaçada de extinção, cuja população portuguesa é de apenas de cerca de 100 casais - e duas parelhas de águia-real. No campo da flora autóctone, os zimbros, sobreiros e azinheiras são outras das preocupações manifestadas pelos ambientalistas»
Mas infelizmente a quercus está cheia de contradições.
Por um lado louva a energia que produzem por estes não terem uma chaminé a emitir CO2 (apesar de, contra os próprios argumentos, muito CO2 ser produzido até se ter um gerador eólico a funcionar) e por outro mostra-se preocupada com a integridade paisagística e com o impacto negativo que os geradores eólicos têm na fauna e na flora não esquecendo ainda os efeitos nocivos que o barulho gerado tem nas pessoas e no seu bem-estar e que, como se sabe por várias notícias vindas a público, pode também, em determinados casos, causar graves problemas de saúde.
Não é já altura de a quercus parar com as contradições que em nada são benéficas? De uma vez por todas a quercus deveria decidir o que é melhor, lutar contra as fantasiosas catástrofes já previstas e nunca concretizadas só por haver um pouco de CO2 extra na atmosfera ou defender o ambiente, as pessoas e sua saúde.
O que é melhor, afinal?
Qualquer pessoa sensata e intelectualmente honesta deveria saber que não é possível defender as duas coisas ao mesmo tempo. Caso ainda não tenham reparado, ambas as posições não são nem conciliáveis entre si nem compatíveis.