Custo de adaptação é 3 vezes superior ao previsto
Adaptarmo-nos a um mundo mais quente vai custar centenas de milhares de milhões de dólares e até três vezes mais do que as estimativas anteriores, mesmo que as negociações sobre o clima global consigam manter a subida da temperatura abaixo dos níveis perigosos, adverte um relatório da ONU lançado hoje aqui em Lima.
O primeiro relatório sobre o “intervalo” (gap) relativo à adaptação, efetuado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), mostra um défice de financiamento significativo a partir de 2020, a menos que mais fundos dos países ricos sejam transferidos para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem a secas, inundações e ondas de calor, efeitos associados às alterações climáticas.
O relatório adverte que, sem novas medidas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, o custo de adaptação vai subir ainda mais, sendo necessária uma ação mais ampla e mais dispendiosa para proteger as comunidades de um clima extremo provocado pelas alterações climáticas.
Os países ricos prometeram 9,7 mil milhões de dólares para o Fundo Verde para o Clima, mas o número está bem aquém da meta mínima de 100 mil milhões de dólares por ano a atingir em 2020.
O relatório afirma que os custos de adaptação poderão subir para 150 mil milhões de dólares por ano entre 2025/2030 e 250 a 500 mil milhões por ano até 2050, mesmo com base na suposição de que as emissões sejam reduzidas para manter um aumento de temperatura abaixo de 2 ºC acima dos níveis pré-industriais, como os governos concordaram previamente.
No entanto, se as emissões continuarem a aumentar à taxa atual - o que levaria a temperatura a subir bem acima 2 ºC – os custos de adaptação poderão atingir o dobro dos números referidos.