Divulgação do esboço final do Acordo de Paris adiada para as 13h30
Foi uma intervenção emocionada a que Laurent Fabius, ministro francês dos Negócios Estrangeiros e presidente da COP21, fez na sexta reunião do Comité de Paris, na qual referiu várias vezes que a última proposta é um texto de consenso: tem de ser assim para conseguirmos ter um acordo. E a sala ficou séria quando realçou os custos da rejeição do acordo: "as nossas crianças do mundo inteiro não irão perceber-nos, nem nos irão perdoar".
Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas, que esteve aqui nestas duas semanas, referiu que o documento que os 196 países irão receber "é histórico", dado tratar-se de um texto que promete ao mundo um novo caminho, um futuro de baixas emissões e resiliência climática. "Agora temos de acabar o trabalho. O mundo está a olhar para nós”, rematou depois de afirmar que “os interesses nacionais não serão servidos se ignorarem os interesses coletivos".
Por último, falou o presidente francês, que se deslocou especialmente à COP21 para intervir nesta sessão. "Queremos um acordo? Um acordo que não viu a luz do dia em Copenhaga. O impasse que durante anos foi uma grande fonte de desapontamento para todos os que queriam que o planeta tivesse um futuro, e que causou a dúvida sobre a comunidade internacional. Agora temos de dar o último passo", disse. François Hollande considera que o texto em cima da mesa é "ambicioso, mas também realista" e que, a ser aprovado, será "o primeiro acordo universal das negociações climáticas” e um “um grande salto para a humanidade".
Mas, no final, de pé, ao som de muitas palmas e alguma emoção, Laurent Fabius anunciou o que ninguém esperava: o texto tão aguardado será apenas conhecido às 13h30 e as negociações recomeçam às 15h45 (hora de Paris).