E o primeiro ‘Fóssil do Dia’ vai para… a Bélgica e a Nova Zelândia
Começou hoje oficialmente a Cimeira do Clima, ou COP21, que este ano tem lugar em Paris, e que, como é habitual, conta com a análise crítica por parte da Rede de Ação Climática (CAN, na sigla inglesa), grupo de ONG que inclui a Quercus e que anualmente avalia e ‘premeia’ a prestação dos piores países. E o primeiro ‘Fóssil do Dia’ vai para…
A Nova Zelândia, distinguida devido à hipocrisia do primeiro-ministro sobre o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, e a Bélgica, que conquista o vergonhoso galardão devido às divisões internas que estão a bloquear a sua ação climática. "Nos últimos seis anos, os líderes belgas têm discutido sobre como dividir os seus objectivos climáticos e energéticos entre as diferentes partes do país, com a única preocupação de passar a responsabilidade para outros. Estão a ignorar que cada ano de espera para que outros assumam compromissos vai agravar a crise climática. Jogar este jogo de espera significa brincar com o fogo, porque estamos numa corrida contra o tempo na luta contra a crise climática", considerou Wendel Trio, director da CAN Europa.
Segundo este dirigente, "paralisada por disputas internas, a Bélgica é um dos poucos países da UE atrasada nas metas de redução de emissões. Além disso, os infrutíferos desacordos internos não permitiram ao país dar o apoio financeiro suficiente e durável para os países em desenvolvimento". "Este cenário é o exato oposto do que precisamos que os países ricos tragam à mesa das negociações em Paris, a fim de chegar a um acordo climático significativo. A inação da Bélgica está a ameaçar a credibilidade da UE nas negociações", salienta Wendel Trio.
No caso da Nova Zelândia, a CAN critica a hipocrisia do primeiro-ministro John Key, que numa iniciativa recente sobre a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis afirmou que o país é líder na abolição desse tipo de apoios, quando na realidade os subsídios à produção de combustíveis fósseis aumentaram sete vezes desde a sua eleição em 2008.
A Rede de Ação Climática (CAN) Europa é maior coligação europeia a trabalhar em questões climáticas e energéticas. Com mais de 120 organizações em mais de 30 países europeus - que representam mais de 44 milhões de cidadãos - a CAN Europa trabalha para prevenir a perigosa mudança climática e para promover políticas climáticas e energéticas sustentáveis. Os prémios ‘Fóssil do Dia’ foram apresentados pela primeira vez em 1999, em Bona. [Fontes: CAN Europe e CAN International]
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3 comentários
De humberto a 01.12.2015 às 09:20
E segundo aqui a quercus já é o 2.º dia seguido em que a COP21 começa! Um começo duplo só pode ser bom, certo?
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« que este ano tem lugar em Paris, e que, como é habitual, conta com a análise crítica por parte da Rede de Ação Climática (CAN, na sigla inglesa),»
A CAN realmente tem muita LATA!
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« grupo de ONG que inclui a Quercus e que anualmente avalia e ‘premeia’ a prestação dos piores países. E o primeiro ‘Fóssil do Dia’ vai para…A Nova Zelândia, distinguida devido à hipocrisia do primeiro-ministro»
Já aqui vos disse várias vezes algo parecido com isto: o governante mais esperto é aquele que apresenta as propostas apenas suficientes para continuar a pertencer ao clube e poder continuar a cobrar no seu próprio país todos os muito convenientes impostos sobre o CO2 criados nos últimos anos sem, no entanto, castigar demasiado a economia do seu país com as absurdas metas desta política climática.
Se fossem todos como o primeiro-ministro da Nova-Zelândia... já não era mau de todo.
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« sobre o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis,»
Já que insistem, eu sigo-vos o exemplo e volto a repetir:
Como a própria qercus informa aqui
http://climaticas.blogs.sapo.pt/portugal-e
quando por aqui se fala de "subsídios para a produção de combustíveis fósseis" estes subsídios não são mais do que dinheiro que os estados não recebem porque, no parecer de certas gentes, os impostos a estes combustíveis não são suficientemente altos. Chamam de subsídio a dinheiro que nunca foi dos estados (ou do erário público). É apenas dinheiro que os estados receberiam se (e é um grande 'se')... se os impostos cobrados ao sector petrolífero fossem tão altos como certas pessoas desejariam.
ou ainda como a quercus também informa aqui:
http://climaticas.blogs.sapo.pt/promessa
para este tipo de pessoas, subsídios também são:
- "incentivos fiscais" (qual é a grande empresa que os não recebe?);
- "investimentos feitos por empresas de capital maioritariamente público" (empresas públicas já não podem investir livremente?);
- "financiamentos provenientes de bancos maioritariamente públicos e outras instituições financeiras" (confundem empréstimos de bancos com subsídios dados pelo estado?);
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« e a Bélgica, que conquista o vergonhoso galardão»
Vergonhoso é Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, desresponsabilizar-se da sua própria inacção perante conflitos armados que resultam em gravíssimos problemas humanitários e atribuir as culpas de tais desgraças a "alterações climáticas" alegadamente em curso.
Vergonhoso é preferir atirar as culpas para cima de um alegado "aquecimento global" em vez de se fazer Homem e admitir um mea-culpa que partilha com muitos políticos medrosos que preferem fechar os olhos às muitas atrocidades vividas em África e Médio Oriente só reagindo quando já é tarde de mais e só depois de também o público ficar a saber das atrocidades cometidas!
http://climaticas.blogs.sapo.pt/juncker-a
Vergonhoso é Obama ter a mesma atitude de Jean-Claude Juncker e também ele culpar as "alterações climáticas" para se desresponsabilizar da falta de iniciativa concreta (costuma preferir discursos) na ajuda aos povos oprimidos de modo a prevenir as sucessivas crises humanitárias que temos testemunhado.
http://climaticas.blogs.sapo.pt/todos-pe
Vergonhoso é estas pessoas meterem o assunto "alterações climáticas" no meio de crises humanitárias em curso e daí lavarem as mãos como se não houvesse nada que pudessem ter feito.
Isto é que é verdadeiramente vergonhoso e por aqui se vê o verdadeiro carácter destas pessoas e outras que pensam de igual modo.
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«devido às divisões internas que estão a bloquear a sua ação climática.»
Os meus parabéns a quem na Bélgica tem juízo e faz ouvir a sua voz opondo-se a toda esta trafulhice do "aquecimento global" agora mais conhecido como "alterações climáticas".
De humberto a 01.12.2015 às 09:42
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« "Nos últimos seis anos, os líderes belgas têm discutido sobre como dividir os seus objectivos climáticos e energéticos entre as diferentes partes do país, com a única preocupação de passar a responsabilidade para outros.»
Cada um a passar a batata quente a outro. Até me ri com esta!
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« Estão a ignorar que cada ano de espera para que outros assumam compromissos vai agravar a crise climática.»
Qual crise climática? A que vocês inventam todos os dias?
O clima está como sempre esteve, borrifando-se para as acções dos homens!
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« Jogar este jogo de espera significa brincar com o fogo, porque estamos numa corrida contra o tempo na luta contra a crise climática",»
A única crise com origem no clima que poderá haver é se em vez do "aquecimento global" que vocês continuam a prever e a defender (apesar deste ter parado há quase 20 anos)... houver uma reviravolta do clima (como já vários cientistas não afectos à Nasa, NOA, IPCC, Met Office, etc., afirmam) e o clima global arrefecer. Isto sim, poderia dar origem a uma crise pois tempos frios são sempre piores para a humanidade quer pelas doenças quer pela diminuição da quantidade de comida disponível.
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« considerou Wendel Trio, director da CAN Europa.
Segundo este dirigente, "paralisada por disputas internas, a Bélgica é um dos poucos países da UE atrasada nas metas de redução de emissões.»
Para bem dos belgas, seria bom que esse atraso não só continuasse como aumentasse. E para bem de todos nós seria bom que muitas outras pessoas de outros países seguissem o exemplo.
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« Além disso, os infrutíferos desacordos internos não permitiram ao país dar o apoio financeiro suficiente e durável para os países em desenvolvimento". »
Como se esse apoio que vocês defendem fosse bom para os países em desenvolvimento...
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«"Este cenário é o exato oposto do que precisamos que os países ricos tragam à mesa das negociações em Paris, a fim de chegar a um acordo climático significativo.»
Para que o acordo seja mesmo significativo e possa mesmo produzir efeitos tenho de vos perguntar algo. Talvez a maior pergunta de todas e a mais importante da COP21!
Convidaram o Sr. Clima para o evento?
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« A inação da Bélgica está a ameaçar a credibilidade da UE nas negociações", salienta Wendel Trio.»
Esse Wendel Trio é uma peça e tanto!
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«No caso da Nova Zelândia, a CAN critica a hipocrisia do primeiro-ministro John Key, que numa iniciativa recente sobre a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis afirmou que o país é líder na abolição desse tipo de apoios, quando na realidade os subsídios à produção de combustíveis fósseis aumentaram sete vezes desde a sua eleição em 2008.»
E de volta à mesma história dos "subsídios à produção de combustíveis fósseis".
Estão com inveja dos incentivos fiscais que eles recebem? Ou dos investimentos feitos por empresas de capital maioritariamente público ou ainda dos financiamentos provenientes de bancos maioritariamente públicos e outras instituições financeiras?
Não vos chega já a quantidade completamente absurda de dinheiro que é retirada à economia? Que é retirada dos bolsos dos contribuintes, para financiar esta vil política climática?!
Sempre que vejo uma notícia sobre o assunto os valores são sempre na ordem das centenas de milhões, milhares de milhões ou ainda... milhões de milhões (biliões em Portugal, triliões em certos outros países). Não vos chega? Ainda querem os dos outros?
E mais uma vez convenientemente se esquecem que as empresas petrolíferas não ficam com todo o lucro da exploração dos combustíveis fósseis para si.
http://www.galpenergia.com/PT/investidor/C
"Em Portugal a exploração e produção de petróleo não é regulada por nenhum acordo de partilha de produção, baseando-se no modelo adotado noutros países, nomeadamente no Brasil, que contempla o pagamento de royalties e de impostos sobre a produção de petróleo. "
À excepção de ditaduras todos os restantes países (e seus habitantes) beneficiam e muito com a exploração de petróleo e do dinheiro extra que este proporciona! O mesmo não podem dizer das centrais eólicas e solares da moda.
De humberto a 01.12.2015 às 09:47
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«A Rede de Ação Climática (CAN) Europa é maior coligação europeia a trabalhar em questões climáticas e energéticas. Com mais de 120 organizações em mais de 30 países europeus»
Sim, já deu para perceber que tem muitos tentáculos e que há muita gente a viver à custa do alarme social que provocam.
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« - que representam mais de 44 milhões de cidadãos»
A mim não me representam. E eu, felizmente, não estou sozinho!
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« - a CAN Europa trabalha para prevenir a perigosa mudança climática e para promover políticas climáticas e energéticas sustentáveis. Os prémios ‘Fóssil do Dia’ foram apresentados pela primeira vez em 1999, em Bona. [Fontes: CAN Europe e CAN International]»
Não são exactamente energias sustentáveis. São mais... como dizer de modo a que percebam?
São energias sustentadas. Sustentadas com o que pagamos a mais por elas na factura da electricidade sem o que já teriam ido à falência há muito tempo, se é que as respectivas centrais sequer teriam sido construídas!