Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



EUA e China mais de acordo a caminho de Paris

Sábado, 26.09.15

US_CHINA.jpg

Ontem, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o Presidente chinês, Xi Jinping emitiram uma declaração conjunta que define a sua visão comum para a negociação em Paris, incluindo um compromisso financeiro e de mudança da China, com detalhes sobre várias questões de política interna. Este anúncio ocorre como as emissões chinesas associadas ao carvão estarem a diminuir pela primeira vez em 15 anos.

Os EUA e a China deram assim um impulso para um acordo climático robusto que aumenta a ambição ao longo do tempo, apontando para uma transformação da economia global neste século. Os Chefes de Estado aceleram assim a mudança de um mundo baseado nos combustíveis fósseis para uma transição para 100% de energia renovável. Os EUA e a China também chegaram a um acordo sobre como tratar diferentes países relativamente ao abrigo do novo acordo e apelaram para se avaliarem e relatarem os progressos de forma transparente.

Tanto os EUA como a China estão a investir num futuro de energia limpa à escala doméstica e no exterior, parte da crescente consciência de que não se pode enfrentar a mudança climática se se continuar a investir em combustíveis fósseis. Ambos os países vão "limitar rigorosamente" o financiamento de projetos intensivos em carbono no exterior - insinuando um entendimento de que a grande maioria dos combustíveis fósseis deve ficar no solo se quisermos evitar os piores impactos das alterações climáticas. A China revelou que irá fornecer 3,1 mil milhões de dólares do seu Fundo Sul-Sul para ajudar os países mais pobres na transição para alternativas renováveis e se adaptarem aos impactos do clima, em linha com o próprio compromisso os EUA. Como parte do anúncio, a China disse que também irá obrigar poluidores a pagar as suas emissões, integrando este princípio através de limites nacionais e da sua política comercial em 2017.

O anúncio veio após a abertura pelo Papa Francisco da Cimeira para a adoção da Agenda de Desenvolvimento pós-2015, lembrando os líderes têm de impedir que os mais pobres continuem a “sofrer injustamente do abuso do ambiente." A ferramenta-chave a erradicar a pobreza e ter comunidades com 100% de energia renovável, que podem ter energia onde os combustíveis fósseis não chegam, criando um ambiente saudável e salvando vidas.

Ontem, aqui nas Nações Unidas em Nova Iorque, os Chefes de Estado da Croácia e da Finlândia, reconheceram que o primeiro verdadeiro teste dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é se o mundo conseguir assegurar um acordo global sobre alterações climáticas em dezembro. Se não o fizermos, a erradicação da pobreza será impossível, dado que a mudança climática irá destruir os ganhos de desenvolvimento duramente conquistados.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Quercus às 17:23


1 comentário

De Humberto a 05.10.2015 às 12:07

«A China revelou que irá fornecer 3,1 mil milhões de dólares do seu Fundo Sul-Sul para ajudar os países mais pobres na transição para alternativas renováveis e se adaptarem aos impactos do clima, em linha com o próprio compromisso os EUA»


Não sei onde a quercus foi buscar a informação... apenas sei que as notícias que eu li não fazem qualquer referência a uma «transição para alternativas renováveis» e só este pormenor faz toda a diferença sobre as intenções da China (ou qualquer outro país).


http://www.motherjones.com/environment/2015/09/china-climate-change-finance-obama-xi-pledge

«China followed up its promise Friday to create the world's largest cap-and-trade program with yet another significant climate policy announcement: It will commit to spending $3.1 billion to help developing countries slash their greenhouse gas emissions and adapt to climate change.»


Ou seja, os 3100 milhões são para "ajudar países em vias de desenvolvimento a cortar nas suas emissões de gases de efeito de estufa e ajudá-los a adaptarem-se às alterações climáticas."

A quercus anda outra vez a fazer erros de tradução... ou então a fazer uma tradução demasiado livre, do estilo "quem conta um conto acrescenta um ponto".


"Cortar nas emissões" não significa obrigatória ou necessariamente uma "transição para alternativas renováveis". Há outros métodos de cortar nas "emissões", como julgo que seja óbvio.

Um desses métodos, provavelmente não tão óbvio para alguns, está na ajuda financeira a países pobres para a construção de centrais a carvão altamente eficientes que emitem consideravelmente menos CO2 e bastante menos poluição do que as centrais que esses países iriam construir sem esse financiamento. E assim se considera haver logo aí um corte nas "emissões"!

A quercus estava à espera de milagres, não? E logo da parte da China!


´´
«Como parte do anúncio, a China disse que também irá obrigar poluidores a pagar as suas emissões, integrando este princípio através de limites nacionais e da sua política comercial em 2017.»


É do conhecimento geral que a china está a braços com um gravíssimo problema de poluição em muitas das suas cidades (que já chegou a ser motivo de vergonha internacional em diversas ocasiões) pelo que não admira que queira contrariar a situação.


Comentar post