Agência Portuguesa do Ambiente promove evento paralelo sobre "Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal"
O side event sobre o Programa AdaPT, que teve lugar esta tarde aqui na COP21, em Paris, contou com a abertura por parte do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. O painel incluiu também Madalena Callé Lucas, responsável pelo Programa EEA Grants em Portugal, e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, que referiram a importância deste programa na alavancagem das ações de adaptação às alterações climáticas em Portugal.
Outro orador, Filipe Duarte Santos, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e coordenador do ClimaAdaPT.Local (um dos projetos apoiados por este programa), falou na importância da adaptação face às projeções de aumento da temperatura e subida do nível do mar em Portugal, entre outras consequências das alterações climáticas, que já não podem ser evitadas.
O projeto ClimAdaPT.Local envolve 26 autarquias, no continente, Açores e Madeira, na definição de estratégias de adaptação às alterações climáticas (EMAAC) e uma metodologia muito bem definida (baseada na metodologia UKCIP) para que este objetivo seja atingido. A adaptação precisa de conseguir lidar com alterações disruptivas em áreas como recursos hídricos, zonas costeiras, agricultura e florestas devido às alterações climáticas.
O coordenador referiu que estão a ser realizados workshops nos 26 municípios, com o envolvimento dos stakeholders, iniciativas que pretendem abrir o diálogo entre a comunidade científica envolvida no projeto, os municípios e a sociedade civil. O objetivo é discutir as opções de adaptação com todos antes da definição das medidas que farão parte de cada uma das EMAAC.
Como conclusão, foi referido que as medidas de adaptação às alterações climáticas dependem essencialmente da confiança com que as populações olham para o processo de decisão – um aspecto que requer que o processo seja colaborativo e inclusivo. Se por um lado é necessário reforçar a governação nos diferentes níveis de decisão, por outro é necessário reforçar o diálogo entre governo central, regional e local, empresas, universidades e outros stakeholders.