Eventos meteorológicos extremos de 2015: a culpa é das alterações climáticas?
O site de notícias climáticas 'RTCC' (Responding To Climate Change) passou em retrospetiva vários eventos meteorológicos extremos que têm pontuado o ano de 2015, entre recordes de temperatura, ondas de calor e um 'El Niño' no próximo Inverno que se prevê ser o mais forte dos últimos 50 anos.
O passado mês de Julho foi o mês mais quente de sempre em todo o globo, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).
Desde ondas de calor na Europa, Médio Oriente e Ásia do Sul a cheias nos Estados Unidos e em África, muitos analistas e comentadores apontaram rapidamente o dedo às alterações climáticas.
Temperaturas em superfícies terrestres e oceânicas em Julho de 2015 (NOAA)
Fonte: http://www.rtcc.org
Contudo, com um efervescente El Niño no Pacífico que se prevê vir a gerar um pico de episódios extremos, até que ponto podemos dizer de forma precisa que as alterações climáticas também têm a sua quota parte de culpa nestes eventos?
Segundo a NOAA, qualquer conclusão fiável deve ser feita com um tempo de intervalo, de modo a ter em conta todos os fatores relevantes para a análise.
Mas há quem pense de forma diferente, como Stefan Rahmstorf, professor no Potsdam Institute for Climate Impact Research, segundo o qual há margem para estabelecer aquela relação de causa-efeito, mesmo numa primeira fase.
Assumindo que é difícil atribuir de forma linear a ocorrência de um evento meteorológico em particular às alterações climáticas, os dados a longo prazo fornecem uma base para avaliar a probabilidade desta correlação.
De acordo com Rahmstorf, tal é possível mesmo durante um período de ocorrência do El Niño. Enquanto este último gera um pico isolado a nível de dados meteorológicos, as tendências verificadas no longo prazo apontam para as alterações climáticas.
No artigo completo, é feita uma análise em pormenor de vários eventos meteorológicos extremos que marcaram o presente ano:
- o ciclone Pam no sul do Pacífico
- o mês de Maio mais quente de sempre no Alaska
- inundações repentinas nos Estados norte-americanos do Texas e Oklahoma
- a segunda mais mortífera onda de calor de sempre na Índia (algumas estradas chegaram a derreter)
- onda de calor mortífera no Paquistão
- onda de calor na Europa em Julho, com a Alemanha a registar o dia mais quente de sempre desde que há registos
- onda de calor no Irão e Iraque, com temperaturas a excederem em Agosto os 50ºC neste último
- inundações no Gana
- seca severa na Califórnia, EUA
- as piores inundações das últimas décadas no Myanmar (antiga Birmânia)
- a maior seca dos últimos 80 anos no Brasil
No que respeita à sistemática ocorrência de ondas de calor nos últimos meses, Stefan Rahmstorf afirmou ao RTCC que perante este "aumento sistemático dos picos de calor, a causa lógica é o aquecimento global".
O artigo original está disponível na íntegra aqui (em inglês).
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1 comentário
De Humberto a 28.08.2015 às 11:09
Caramba que é obra!
Quando é para exagerar, esta gente não olha mesmo a meias medidas.
Então vamos lá aos dados, mas aos verdadeiros dados, aos incontestáveis dados fornecidos pelos satélites UAH e RSS já que são estes os dados mais precisos de que os cientistas dispõem e, muito cuidadosamente, analisemos o seguinte gráfico (é muito fácil):
https://i2.wp.com/jo.nova.s3.amazonaws.c
(Cada coluna representa um ano e em cada coluna há 12 pontos para os 12 meses do ano.)
Na coluna para 2015 já se podem ver 7 pontos marcados para os meses de Janeiro a Julho e pode ver-se ainda e muito claramente que Julho foi... mais FRIO do que Junho, Maio e Janeiro (sim, de 2015).
Ou ainda que Junho deste ano foi o mês mais quente... desde (façam soar os tambores)... Janeiro de 2013!
E assim por diante.
Vejam, analisem e comparem agora esses dados com as "notícias" que andam por aí sobre recordes de calor, ondas de calor atrás de ondas de calor e coisinhas assim do género.
E para que não culpem a humanidade de seja o que for em relação ao clima vejam o seguinte gráfico com dados retirados dos núcleos de gelo do lago Vostok:
http://joannenova.com.au/globalwarming/g
Nos 50.000 anos analisados (de há 150.000 até 100.000 anos, portanto muito antes de qualquer indústria humana), vê-se perfeitamente que a temperatura é a primeira a subir e só depois, muitos anos depois (com um atraso de 800 a 1000 anos), sobe a concentração de CO2 na atmosfera.
O CO2 é libertado pelos oceanos em resposta a um aquecimento global já em curso e volta a ser absorvido pelos oceanos quando a temperatura diminui.
Estranha coincidência esta que sendo a COP 21 de Paris já em Dezembro deste ano com o objectivo de se firmar um acordo climático contra as "alterações climáticas" seja também este o ano em que apareçam sucessivamente "notícias" sobre recordes de temperatura com cada mês a ser mais quente do que o anterior ou desde que há registos ou até mesmo, possivelmente desde há 4000 anos (como dizem alguns).
Não acham também vocês que seja uma estranha coincidência?
E não só. Não nos esqueçamos ainda do recrutamento do PAPA (1200 milhões de fiéis) e dos 20 LÍDERES ISLÂMICOS (1600 milhões de fiéis)!
Isto é o que se chama de fazer tudo por tudo sem olhar a meios.
E a razão de todas estas "notícias" alarmantes e de todas estas movimentações em torno de líderes religiosos, repito, é a cop21 ser já em Dezembro pois poderá ser esta a última grande oportunidade antes de descobrirem a careca às grandes mentes por detrás de toda esta aldrabice, pelo que, antes disso, há que convencer as pessoas de modo a que os governantes da maior quantidade possível de países se juntem a eles na assinatura de um contrato que obrigará juridicamente todos os países aderentes a cumprir rigorosamente e durante sabe-se lá quantos anos... ou décadas, todas as regras e limites absurdos que lhes coloquem à frente, sujeitando ainda países incumpridores a pesadas sanções e multas.
É este o futuro que querem? Colocar os países reféns de uma política climática baseada numa pseudo-ciência que na melhor das hipóteses não passa de especulação?
Ah, e quanto ao próximo Inverno... esperem só pelo frio mais acentuado que se vai fazer sentir, nomeadamente, em toda a Europa! Decerto proporcionará uma cop21 interessante ao ser realizada em Paris em pleno tempo frio.
A Quercus simplesmente devia ter mais juízo e fazer aquilo para que tem realmente vocação sem alinhar em coisas destas só porque estão mascaradas de ambientalismo!