Negociadores deixam Bona com um apelo para um compromisso urgente
Hoje acaba a penúltima sessão negocial antes de chefes de estado, ministros e delegados reunirem em Paris, no final do ano, para terminar um acordo que deverá ser global e universal.
Por todo o mundo, aumenta o apoio público para a necessidade de uma ação climática, mas os progressos à mesa das negociações e sobre o próprio texto continuam por acontecer. Enquanto os recordes de temperaturas máximas continuam a cair e o mundo é varrido por temperaturas extremas, secas, incêndios florestais, os cidadãos pedem uma ação rápida e um acordo forte em Paris.
Esta semana, em Bona, os negociadores debruçaram-se sobre uma nova ferramenta para orientar as negociações. Embora não tenha ficado refletido no texto, houve uma nova disposição por parte dos países para abrir a discussão, e em maior detalhe, sobre potenciais barreiras como as perdas e danos, diferenciação, financiamento e um mecanismo para intensificar a ação climática nos próximos anos.
O relógio das negociações está a acelerar e os delegados não podem ficar à espera até à próxima ronda negocial em outubro, novamente em Bona. É necessário encontrar compromissos para as principais questões pendentes. Precisamos de uma compreensão entre as partes, melhor do que até agora foi conseguido, para construir um acordo global em Paris que possa assegurar a ação para um clima seguro no futuro.
É cada vez mais claro que vamos ter um acordo em Paris. A questão agora é que tipo de acordo vamos ter - e se será um bom acordo. Neste momento, os compromissos nacionais apresentados pelos países não mantém o aumento global da temperatura abaixo dos 2 graus Celsius, muito menos abaixo do 1,5ºC. Um bom acordo tem de permitir que todos os países aumentem continuamente o nível da ambição no seu esforço de redução de emissões, de proteção aos mais vulneráveis e de prevençãodo cenário mais catastrófico das alterações climáticas.
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1 comentário
De Humberto a 06.09.2015 às 10:25
Como é mesmo a expressão? Ah, já sei:
GRANDA TRETA!
Convencer líderes políticos não significa que tenham convencido os seus eleitores.
Igualmente, convencer dezenas de líderes religiosos a participar da patranha também não significa que tenham convencido os respectivos fiéis.
Se há alguma coisa que está a acontecer, principalmente nos países mais ricos que têm a população mais bem informada, é a diminuição gradual e progressiva desse apoio popular. Todos já se deram conta disto o que foi aliás uma das razões de jogarem a cartada dos líderes religiosos.
«Enquanto os recordes de temperaturas máximas continuam a cair»
Por esta não esperava. Fugiu-vos a boca para a verdade. Ou os dedos...
Realmente, nos últimos anos, são cada vez menos os recordes das temperaturas máximas locais ou mesmo máximas médias globais.
Passou de:
"já não se via uma temperatura tão alta desde há 15 anos!"
para passar a
"desde há 15 meses!"
e agora para
"desde há 1 mês!", como aconteceu exactamente com este mês de Julho.
Lá estão (lá em cima) os satélites para o confirmar.
https://i2.wp.com/jo.nova.s3.amazonaws.c
E, mais uma vez, não é feita qualquer menção a recordes de temperaturas mínimas. Deviam fazê-lo já que são as baixas temperaturas que, de longe, mais problemas trazem às populações e mais vítimas provoca. Eu repito: o frio, provoca muito mais vítimas que o calor.
«e o mundo é varrido por temperaturas extremas, secas, incêndios florestais, os cidadãos pedem uma ação rápida e um acordo forte em Paris.»
Ser varrido! De entre tudo o que seja extremo isso será provavelmente o mais extremo dos extremos.
A calamidade final!
Como será então possível que só vossas excelências tenham dado conta de tal vassoura?
(gostei desta: "vossas excelências", talvez passe a utilizá-la)
Vou agora revelar-vos um segredo muito bem guardado e que quase ninguém sabe:
O mundo é um lugar grande! Muuuito grande! Tão grande que há significativa probabilidade de haver sempre um local a ser afectado por temperatura acima do normal para a estação ou igualmente por temperatura abaixo do normal, incêndios, secas, inundações e tudo o mais que queiram imaginar.
E agora que vocês, perdão, vossas excelências aí na Quercus já esqueceram o que acabaram de ler, avancemos pois então!
«e um mecanismo para intensificar a ação climática nos próximos anos»
Intensificar a acção do clima? Assim como... tornar mais fortes eventos climatéricos e ambientais que dizem andar a combater?
Vossas excelências aí na quercus, ou andam a trocar os pés pelas mãos ou deviam passar a ler o que escrevem mal o escrevam.
É apenas um conselho ou ainda se arriscam a que o público como eu passe a ter uma boa imagem vossa.
«É cada vez mais claro que vamos ter um acordo em Paris.»
Isso, na verdade, nunca esteve em dúvida.
« A questão agora é que tipo de acordo vamos ter»
Ora bem!
« - e se será um bom acordo.»
Espero que sim, que seja um bom acordo... um óptimo acordo mesmo mas não para vossas excelências pois isso seria péssimo para a esmagadora maioria dos países envolvidos e seus cidadãos.
Agora... se será bom ou mau para o clima global, se o clima global, do ponto de vista humano, ambiental ou outro, sairá ou não beneficiado com esse acordo... tenho a certeza de que nem beliscado será.
Actualmente, só existe uma maneira de a humanidade influenciar significativamente o clima global. Através de um:
... I N V E R N O N U C L E A R ...
«de proteção aos mais vulneráveis»
Suponho que se refiram a pessoas, às pessoas comuns em dificuldade. Caramba, parecem mesmo os vendedores de banha da cobra que prometiam curar todos os males com um único remédio que nada curava.
Querem realmente proteger as pessoas vulneráveis? Então façam campanha pela utilização do dinheiro "angariado" fraudulentamente todos os anos à custa do CO2 (aquelas várias centenas de milhares de milhões de dólares ou euros anuais) para efectivamente protegerem essas pessoas, essas e tantas outras que apenas vão sobrevivendo no seu dia a dia.
É que esse vosso método não resulta. Nunca resultará!