O passo atrás da Austrália no combate às alterações climáticas
O Governo Federal da Austrália anunciou que a sua meta nacional para 2030 de redução das emissões de carbono não irã muito além dos 26% (ou possivelmente 28%) face aos níveis de 2005. Este objetivo fica muito aquém da meta de 40 a 60% (com base nos níveis de 2000) recomendada pela Climate Change Authority (CCA).
Ao mudar o ano base de emissões de 2000 para 2005, fica clara a tentativa do Governo de Abbott de comparar a sua meta com a dos Estados Unidos e do Canadá.
As emissões da Austrália foram particularmente elevadas em 2005, pelo que ao basear as suas metas de redução nesse ano permite ao Governo dar a ideia de estar a tomar medidas mais ambiciosas do que realmente são.
O Governo australiano manteve como peça central da sua argumentação que aumentar o nível ambição iria prejudicar o crescimento económico do país.
Note-se ainda que o Primeiro Ministro fez uma menção especial ao facto do mundo precisar de mais carvão australiano - não menos - sublinhando várias vezes que o carvão é o futuro.
O anúncio das metas australianas provocou fortes reações por parte de cidadãos e organizações, dentro e fora do país.
A Austrália, comprometeu-se, com apoio bipartidário, a contribuir para uma ação global que limite o aquecimento do planeta para menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Estas contribuições nacionais (INDC, na sigla em inglês) agora anunciadas são, contudo, totalmente inconsistentes face a esse objetivo antes declarado.