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Relatório divulgado hoje mostra urgência de metas climáticas mais ambiciosas

Sexta-feira, 30.10.15

Foi hoje divulgado o relatório de avaliação realizado pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) sobre as contribuições nacionais (INDCs) que serão a base do acordo esperado em Paris, na COP 21.

 

Este relatório faz soar o alarme para todos os países que precisam de fortalecer as suas metas climáticas atuais, por serem insuficientes, antes de serem postas em prática.

O relatório confirma que os compromissos atuais são demasiado fracos para que se consiga manter o aumento da temperatura global abaixo do limite acordado de 2 graus Celsius. Sem um reforço destes objetivos não será possível impedir os efeitos catastróficos das alterações climáticas, que estão já a acontecer neste século.


Praticamente todos os países definiram já as suas metas climáticas. Os líderes políticos já perceberam que não podem continuar a ignorar as vantagens de mudar de paradigma e transitar dos combustíveis fósseis para a energia limpa. No entanto, as promessas não são suficientemente ambiciosas.


Este relatório mostra claramente a urgência de se chegar a um consenso global relativamente a metas climáticas mais ousadas. Infelizmente, os líderes europeus não aproveitaram ainda a oportunidade de assumir um papel de liderança.


As organizações membros da CAN Europe apelam à UE para que defenda firmemente o início da revisão das atuais metas imediamente após a Conferência de Paris, bem como a sua conclusão no máximo até 2018. Este calendário deverá garantir que novas e melhores metas sejam assumidas já em 2020.


O relatório em questão mostra ainda que muitos países mais pobres, sem qualquer responsabilidade histórica nesta crise climática, estão a querer contribuir através do corte de emissões. Muitos já se ofereceram para aumentar os seus esforços em troca de apoio internacional. De modo a incentivá-los a apostar em padrões de desenvolvimento que passem por cima do uso de fontes energéticas poluentes, os governos europeus precisam de acordar um pacote de financiamento climático forte para o período pós-2020.


O próximo conselho de Ministros das Finanças da UE, a 10 de Novembro, onde serão feitas discussões preparatórias para a COP21 de Paris, é uma excelente oportunidade para a UE encontrar uma proposta abrangente em termos de financiamento climático.

O relatório está disponível aqui: http://unfccc.int/focus/indc_portal/items/9240.php

 

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publicado por Quercus às 17:52


2 comentários

De humberto a 22.11.2015 às 13:43

«Foi hoje divulgado o relatório de avaliação realizado pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) sobre as contribuições nacionais (INDCs) que serão a base do acordo esperado em Paris, na COP 21.


Um relatório! Tantos estudos, tantos estudos... estudos disto, estudos daquilo... um relatório sempre é bom para variar um pouco.


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«Este relatório faz soar o alarme para todos os países que precisam de fortalecer as suas metas climáticas atuais, por serem insuficientes, antes de serem postas em prática.»


Os compromissos, obviamente ainda não foram postos em prática mas já eles sabem que são insuficientes! Parece que adivinham qual será a resposta do sistema climático global a esses compromissos. Nunca antes conseguiram adivinhar nada mas (pensamento positivo) é desta que adivinham! E se não for desta será da próxima ou da próxima ou ainda da próxima!


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«O relatório confirma que os compromissos atuais são demasiado fracos»


Até parece que estão com medo que os países em vias de desenvolvimento se desenvolvam mais do que o que os países ricos estão dispostos a tolerar.


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«para que se consiga manter o aumento da temperatura global abaixo do limite acordado de 2 graus Celsius.»

Temperatura? Pois...tá bem tá!

E... limite acordado?! Tão brincando!

A mim esse limite sempre me pareceu imposto, irracionalmente imposto (do ponto de vista climático, é claro).


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« Sem um reforço destes objetivos não será possível impedir os efeitos catastróficos das alterações climáticas, que estão já a acontecer neste século.»


E que efeitos catastróficos são esses que já estão a acontecer neste século?

Afinal:

- Todas as previsões de aquecimento global têm falhado redondamente e tanto têm falhado que agora, em vez de daqui para 10 ou 15 anos, só se vêem estudos para 2050, 2070 ou 2100... altura em que os respectivos autores já cá não estarão para dar satisfações.

- O aquecimento global parou há quase 20 anos.

- O antárctico, segundo a própria NASA (agora em contradição com o IPCC (quem diria?)), está a acumular gelo em tais quantidades que este excedeu a perda de gelo em 112 mil milhões de toneladas por ano (POR ANO) de 1992 a 2001 e em 82 mil milhões de toneladas de 2003 a 2008.

https://www.nasa.gov/feature/goddard/nasa-study-mass-gains-of-antarctic-ice-sheet-greater-than-losses


E tem a Antárctica 90% do gelo existente no globo.

http://lima.nasa.gov/antarctica/


- Também utilizando dados de satélite agora de 1985 até 2014 para se analisar o comportamento do gelo num dado local da Gronelândia com 8000 Km2 se chegou à conclusão de que entre 2007 e 2014 o movimento dos glaciares (em direcção ao mar)diminuiu em 84% quando comparado com o período de 1985 a 1994.
Ou ainda que o efeito lubrificante da água derretida junto à base do gelo é consideravelmente menos grave do que tem sido comummente aceite.

https://www.nasa.gov/feature/goddard/land-facing-southwest-greenland-ice-sheet-movement-decreasing


Um vídeo absolutamente espectacular:
https://www.youtube.com/watch?v=y5z-wXI4l90



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«Praticamente todos os países definiram já as suas metas climáticas. Os líderes políticos já perceberam que não podem continuar a ignorar as vantagens de mudar de paradigma e transitar dos combustíveis fósseis para a energia limpa. No entanto, as promessas não são suficientemente ambiciosas.»


Que os líderes políticos já perceberam ninguém dúvida. Já perceberam e há muito as vantagens... não no transitar de combustíveis fósseis para essa dita "energia limpa" mas nos impostos que agora cobram e com os quais antigamente nem sonhavam!


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«Este relatório mostra claramente a urgência de se chegar a um consenso global relativamente a metas climáticas mais ousadas. Infelizmente, os líderes europeus não aproveitaram ainda a oportunidade de assumir um papel de liderança.»


Os lideres europeus, assim como os de outros continentes, têm coisas bem mais importantes em que pensar do que estar a perder tempo com "consensos" ou "metas climáticas" que iriam colocar um travão na economia dos seus países.

De humberto a 22.11.2015 às 13:45

(continuação...)
«As organizações membros da CAN Europe apelam à UE para que defenda firmemente o início da revisão das atuais metas imediamente após a Conferência de Paris, bem como a sua conclusão no máximo até 2018.»


Ainda a COP21 não resultou no maior fracasso de todas as conferências feitas até agora e já exigem novas metas! São mesmo optimistas nas suas pretensões.


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« Este calendário deverá garantir que novas e melhores metas sejam assumidas já em 2020.»


E que se lixe a economia e o progresso dos países pois o que interessa a estas organizações ambientalistas é mesmo apertar com metas absurdas e resultantes de modelos climáticos invariavelmente falhados.


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«O relatório em questão mostra ainda que muitos países mais pobres, sem qualquer responsabilidade histórica nesta crise climática, estão a querer contribuir através do corte de emissões.»


Os países mais pobres a quererem contribuir através do corte de emissões?! Que emissões é que eles têm para cortar?

Estão a querer contribuir ou estão a ser coagidos a contribuir?

A verdade é que colocaram os países mais pobres entre a espada e a parede:
Se, por um lado, estes países mais pobres precisam urgentemente de desenvolver a indústria e a economia e tal só é possível com recurso a energia barata (combustíveis fósseis à semelhança do que aconteceu durante o século 20 com os agora países ricos), por outro lado temos os países ricos a só lhes fornecer ajuda financeira se optarem pela energia mais cara e mais (para os ricos) politicamente correcta. Entram aqui as políticas climáticas que lhes são impostas e é se querem ser ajudados financeiramente!.


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« Muitos já se ofereceram para aumentar os seus esforços em troca de apoio internacional.»


Óbvio! Nem têm outra opção.


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«De modo a incentivá-los a apostar em padrões de desenvolvimento que passem por cima do uso de fontes energéticas poluentes, os governos europeus precisam de acordar um pacote de financiamento climático forte para o período pós-2020.»


Gostei dessa, "incentivá-los"! Que belo eufemismo.


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«O próximo conselho de Ministros das Finanças da UE, a 10 de Novembro, onde serão feitas discussões preparatórias para a COP21 de Paris, é uma excelente oportunidade para a UE encontrar uma proposta abrangente em termos de financiamento climático.»


Ou seja, uma excelente oportunidade para continuarem a chantagem sobre os países pobres negando-lhes o direito à energia barata.

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