Aquecimento global pode ser mais devastador para a economia do que se possa pensar
Um estudo publicado na revista científica Nature, da autoria de cientistas da Universidade de Stanford e de UC Berkeley, mostra que o aquecimento global vai limitar o crescimento económico, mesmo nos países mais ricos. Uma das conclusões aponta que, até agora, tem sido subestimado de forma dramática o impacto das alterações climáticas causadas pelo homem sobre a economia global.
Ao analisar os dados de 160 países, durante um período de 50 anos, entre 1960 e 2010, os autores descobriram que uma temperatura média local de 13°C é considerada ótima para favorecer a economia, especialmente a produtividade agrícola. Esta temperatura reflete, aproximadamente, o clima atual em muitos países ricos, como os EUA, o Japão, a França e a China.
Se as temperaturas forem geralmente mais frias, o aquecimento beneficia a economia local, mas ultrapassado o pico ótimo de temperatura, o aquecimento reduz a produtividade económica. A robustez deste resultado é particularmente interessante. O estudo descobriu que esta realidade é verdadeira para ambos os países ricos e pobres, e que se manteve para ambos no período entre 1960 e 1989, e também no período entre 1990 e 2010.
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Eventos meteorológicos extremos vão provocar maiores quebras na produção alimentar mundial
De acordo com um relatório recente, o aumento dos fenómenos meteorológicos extremos derivados do aquecimento global do planeta tornará três vezes mais provável, dentro de 25 anos, a ocorrência de grandes quebras na produção alimentar mundial.
A probabilidade de ocorrer um choque deste género é atualmente de uma vez em cem anos, num cenário onde a produção dos quatro maiores produtos agrícolas de base - milho, soja, trigo e arroz - cai cerca de 5 a 7%.
No entanto, eventos deste género vão verificar-se a cada 30 anos em 2040, segundo um estudo desenvolvido por uma unidade especial britânica e americana sobre resiliência da alimentação global face a eventos climáticos extremos.
Tal quebra na produção agrícola poderá deixar populações de países em desenvolvimentos em situações precárias e vulneráveis, com os Estados Unidos e o Reino Unido a ficarem "muito expostos à consequente instabilidade e conflito".
Por outro lado, tais choques poderiam também resultar numa subida do índice dos preços da alimentação das Nações Unidas, que avalia o preço internacional das principais matérias-primas, em em 50%.
Este relatório, apoiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth, salienta que a ocorrência de eventos meteorológicos extremos, tais como inundações e secas, serão tão mais significantivos quanto maior for o aumento das temperaturas médias e da precipitação.
Uma maior volatilidade da produção alimentar irá afetar principalmente os países em desenvolvimento que registam maiores níveis de pobreza e de instabilidade política, tais como os países do Golfo e da África subsariana.
Adaptado de: aqui