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Produção renovável ganha terreno à energia nuclear nas grandes economias

Quinta-feira, 16.07.15

paineis.gifA energia solar, eólica e outras fontes renováveis para além da produção hidroelétrica já suplantaram a energia nuclear no abastecimento de eletricidade em países como o Japão, a China, a Índia e cinco outras grandes economias, representando cerca de metade da população mundial. São estas conclusões do relatório ‘The World Nuclear Industry Status Report 2015’.

 

Apesar de, em média, as centrais nucleares produzirem anualmente cerca de duas vezes mais eletricidade do que as renováveis por cada quilowatt instalado, o elevado crescimento da energia solar, eólica e outras renováveis significa que a energia nuclear está a ser rapidamente preterida à medida que vários países viram costas a esta fonte energética após o incidente de Fukushima, no Japão.

 

A produção global de energia nuclear cresceu 2,2% em 2014, mesmo com o primeiro encerramento prolongado da indústria nuclear por 45 anos (no Japão). Contudo, com a energia solar a crescer 38% e a eólica cerca de 10%, estas e outras fontes renováveis estão a ganhar terreno.

 

Custos ascendentes, atrasos nas construções, contestação pública e o envelhecimento dos reactores nuclares estão a limitar as oportunidades desta fonte energética, enquanto do outro lado as fontes renováveis apresentam custos cada vez mais baixos, uma muito maior eficiência e melhor gestão, bem como melhorias ao nível da capacidade de armazenamento. Esta mudança de paradigma traz numa nova imagem à produção global de energia.

 

Em termos de produção, países como a China, o Japão e a Índia - três das maiores economias mundiais, a par do Brasil, Alemanha, México, Holanda e Espanha – geram hoje mais eletricidade proveniente de fontes renováveis (excluindo a hídrica) do que energia nuclear.

 

No Reino Unido, a produção renovável, com a hídrica incluída, ultrapassou a energia atómica pela primeira vez em décadas, enquanto nos Estados Unidos a percentagem que cabe às renováveis corresponde atualmente a 13%, em comparação com os 8,5% de 2007.

 

Sem considerar a indústria moribunda do Japão, devido à sua interrupção de longo termo, o relatório atesta que em 2014 existiam 391 unidades nucleares ativas a nível global, mais três do que no ano anterior, mas menos 47 do que em 2002.

 

Os principais autores deste relatório são analistas do setor industrial - Mycle Schneider e Antony Froggatt - ambos antigos consultores de organismos governamentais europeus em matérias de política energética e nuclear.

 

Fonte: www.worldnuclearreport.org

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publicado por Quercus às 16:01