Estamos a ficar sem tempo para evitar estes boletins meteorológicos em 2050
Se as emissões e a concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera continuarem a aumentar, a temperatura média da baixa atmosfera da Terra pode subir mais de 4°C até o final do século XXI, alertam os cientistas. Para perceber o que mudaria no dia a dia dos habitantes do planeta, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) convidou apresentadores de canais de televisão de todo o mundo a antecipar como serão os boletins meteorológicos no ano 2050.
O resultado não são verdadeiras previsões, mas cenários possíveis, baseados na mais recente ciência climática, e pintam um retrato convincente de como a vida poderá ser num planeta mais quente. São cenários que não precisam de acontecer, afirma a OMM, que está a lançar os vídeos durante o mês de setembro para apoiar o pedido do Secretário-Geral das Nações Unidas para que os líderes mundiais de governo, finanças, negócios e a sociedade civil apoiem uma acção ambiciosa sobre as alterações climáticas na Cimeira do Clima da ONU, que se realiza dia 23. Alguns exemplos:
Brasil, 8 de Junho de 2050 [mais informação (em inglês)]
Dinamarca, 2 de Julho de 2050 (legendado em espanhol) [mais informação (em inglês)]
Estados Unidos, 23 de Setembro de 2050 (legendado em espanhol)
Ver comunicado de lançamento e página com links para todos os vídeos.
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Quercus preocupada com boletim da OMM que revela novo recorde das emissões de gases de efeito estufa
A Quercus lamenta o desconhecimento sobre o risco e as consequências do aumento da concentração de gases de efeito de estufa (GEE) na atmosfera, que atingiu um novo valor recorde em 2013, segundo dados divulgados ontem pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). “A visão de curto prazo dos políticos, e da própria população, é que não se sentem suficientemente amedrontados, ou não sentem o risco e as consequências que estão em jogo. Os cientistas insistem que merece desde já uma tomada de posição muito mais importante e tão imediata quanto possível para invertermos o continuar da subida das emissões de gases de efeito de estufa”, alertou Francisco Ferreira, em declarações à Lusa.
Segundo o Boletim anual de GEE da OMM (em PDF), a concentração de GEE na atmosfera atingiu um novo recorde em 2013, sobretudo devido ao aumento dos níveis de dióxido de carbono. Entre 1990 e 2013 houve um aumento de 34% na força radiativa - o efeito do aquecimento sobre o clima – devido aos gases de efeito estufa de vida longa, como o dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso. Em 2013, a concentração de CO2 na atmosfera era de 142% relativamente à era pré-industrial (1750), enquanto as concentrações de metano e óxido nitroso atingiram 253% e 121%, respectivamente.
Os novos dados reforçam a urgência de uma acção internacional concertada contra as alterações climáticas. “O facto de termos uma sociedade que continua a investir do ponto de vista energético na queima de combustíveis fósseis em detrimento das energias renováveis, com uma população crescente, com economias emergentes e com a desflorestação, leva a este recorde”, alerta Francisco Ferreira.
Ainda segundo a OMM, os níveis de CO2 aumentaram mais entre 2012 e 2013 do que em qualquer outro ano desde 1984. Na escala global, a quantidade de CO2 na atmosfera atingiu 396,0 partes por milhão (ppm) em 2013, mais 2,9 ppm, que é o maior aumento anual para o período 1984-2013. A este ritmo, a concentração de CO2 média anual global deve ultrapassar as 400 partes por milhão em 2015 ou 2016, alerta a OMM. [ver notícia no ionline e na Rádio Renascença]