Greenpeace pede um Acordo de Paris ambicioso que respeite os povos indígenas
Com o aproximar do final da #COP21, as ONG intensificam a pressão sobre as quase 200 delegações para que cheguem a um acordo climático ambicioso até sexta-feira. Há pouco, uma ursa branca gigante chamada Aurora, ajudou algumas dezenas de activistas do Greenpeace e de representantes de povos indígenas a pedir mais ação contra as alterações climáticas e que o futuro Acordo de Paris respeite os direitos destes povos.
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— QuercusCOP21 (@QuercusCOP21) 9 dezembro 2015
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Amazónia peruana manchada de sangue antes da Cimeira do Clima e da COP20, denunciam indígenas
A Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica (COICA) denunciou esta semana que o vermelho do sangue índigena continua a manchar o verde da floresta amazónica, numa área de 240 milhões de hectares fundamentais para a biodiversidade e para o clima do planeta. Em causa está o assassinato de quatro líderes Ashaninka - Edwin Chota Valera, Leoncio Quincima Meléndez, Jorge Ríos Pérez e Francisco Pinedo - da comunidade peruana de Saweto, vítimas da contestação aos madeireiros ilegais [ver notícia no Terra Magazine].
“Manifestamos a nossa profunda indignação, dor e raiva, acumulada durante anos e até séculos, porque o sangue índio continua a ser derramado pela violência, o racismo, a negligência, a indiferença, contra nós, «os índios não valem nada»”, lê-se no comunicado da COICA, uma organização composta por nove organizações indígenas do Peru, Equador, Brasil, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Bolívia e Venezuela.
Os índios dizem-se indignados pela “colonização” que persiste nos seus territórios, sobre os quais têm direitos, e sobre os quais reclamam mais atenção. “Os territórios indígenas são a garantia para o arrefecimento do planeta, prestes a rebentar devido às alterações climáticas. As nossas florestas armazenam mais de 96 mil milhões de toneladas de CO2, o equivalente a todas as emissões mundiais dos últimos 3 anos”, afirmam.
A COICA aproveita a realização da Cimeira do Clima, em Nova Iorque, já na próxima semana, e da COP 20, no Peru, em Dezembro, para reclamar maior sensibilidade política para o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas sobre mais de 100 milhões de hectares ainda não titulados. “Exigimos o reconhecimento desta dívida histórica de gratidão, bem como a titulação e o apoio para a gestão holística dos territórios indígenas da bacia amazónica, ao serviço da humanidade”.