Apelo para Turquia abandonar o plano do carvão
A Turquia poderá vir a tornar-se a nova bomba climática na Europa, apoiada por empresas públicas francesas. Por toda a Europa, as associações de defesa do ambiente estão a pedir à França para abandonar os projetos para a construção de novas centrais a carvão na Turquia.
A França está a seguir dois caminhos distintos e inaceitáveis, na antecipação da próxima Cimeira do Clima de Paris, em Dezembro próximo. Por um lado, o governo anuncia o aumento do financiamento climático e proíbe créditos de exportação para o carvão, mas por outro lado as empresas parcialmente públicas Engie e EDF estão a desenvolver grandes projetos para o carvão - principalmente fora da Europa. Juntas, estas empresas operam 46 centrais a carvão, a nível mundial.
A Engie quer aumentar a sua capacidade de produção a partir do carvão, como demonstram os planos para a nova central Ada Yumurtalik, na Turquia (1.320 MW), para além da construção de novas centrais que se estendem desde a Mongólia até ao Brasil e Chile. A Rede Europeia de Ação Climática (CAN Europe) expôs os planos da nova central Ada Yumurtalik na Turquia, entre outros.
Esta semana, várias associações de defesa do ambiente, principalmente da França e da Turquia, enviaram uma carta ao Presidente francês Hollande, apelando ao fim dos projetos para a construção de novas centrais a carvão da Engie na Turquia, antes da Cimeira do Clima em Paris.
Segundo estas associações, a Turquia está a mostrar sinais de uma total falta de ambição climática, com planos para a construção de 75 novas centrais para produção de energia. O país pode tornar-se, assim, uma verdadeira bomba climática. Se o apoio francês aos novos planos de política energética estiver fora da mesa, serão limitadas as chances da Turquia travar a sua dependência a partir de combustíveis fósseis nas próximas décadas.