Reino Unido anuncia planos para encerrar centrais a carvão em 2025
O governo do Reino Unido anunciou na semana passada os seus planos para encerrar todas as centrais de produção de energia a carvão até 2025, e de limitar a sua utilização já a partir de 2023.
A decisão foi anunciada pela Secretária de Estado para a Energia e Alterações Climáticas, Âmbar Rudd, num discurso que estabelecia um novo rumo para a política energética do país, centrado na segurança de fornecimento de energia e mais dirigida para as famílias e empresas.
No último século, o Reino Unido tem vindo a desenvolver-se à custa do investimento em tecnologias com grandes emissões de carbono, como centrais de produção de energia a carvão, muito poluentes e algumas com mais de 50 anos de idade.
Esta notícia chega poucas semanas antes da COP21 em Paris, destinada a garantir um novo acordo sobre as alterações climáticas, e que deverá incluir uma grande pressão por metas nacionais para reduzir as emissões globais e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis.
As associações de defesa do ambiente mostram-se satisfeitas com os planos do Reino Unido para abandonar o carvão, mas criticam a nova aposta do país no gás natural e em centrais nucleares, quando a aposta e o investimento deveriam ser na eficiência energética e energias renováveis, mais seguras, acessíveis e limpas.
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Promessas vazias: G20 financia combustíveis fósseis mais do que energias renováveis
Os países do G20 atribuem, em média, 452 mil milhões de dólares por ano do erário público em subsídios para a produção de combustíveis fósseis. Esta é a principal conclusão de um estudo hoje divulgado pelas organizações Oil Change International, Overseas Development Institute e Global Subsidies Initiative.
O apoio continuado à produção de combustíveis fósseis traz consequências para a economia, com consequências desastrosas para o clima global.
Com efeito, os governos continuam a sustentar a produção de petróleo, gás e carvão, no entanto a maioria destes recursos não pode ser explorada se o mundo quiser evitar as consequências das alterações climáticas nas próximas décadas. É importante reconhecer que os países do G20 estão desta forma a permitir que a exploração de combustíveis fósseis mine os compromissos climáticos assumidos internacionalmente, enquanto subsidiam esta atividade de grande impacto climático.
Em 2009, os líderes do G20 comprometeram-se a eliminar gradualmente os subsídios para os combustíveis fósseis. Na verdade, poucos subsídios são mais ineficientes do que os atribuídos aos combustíveis fósseis. No entanto, o relatório aponta para um grande fosso entre o compromisso e a ação efetiva do G20. Esta lacuna reflete-se no valor de 452 mil milhões de dólares anuais atribuídos para a produção de combustíveis fósseis em 2013 e 2014. Para colocar esse número em contexto, é quase quatro vezes o valor estimado pela Agência Internacional de Energia (AIE) relativo aos subsídios globais para as energias renováveis em 2013.
Este relatório documenta pela primeira vez a dimensão e a estrutura destes subsídios atribuídos a algumas das maiores empresas do mundo e mais poluentes. A análise dos subsídios apresentados neste relatório é consistente com a definição assumida pela Organização Mundial do Comércio (OMC) acordada por 153 países. Foram identificados três tipos de subsídios à produção de combustíveis fósseis:
- subsídios nacionais atribuídos através de despesas diretas e incentivos fiscais no valor de 78 mil milhões de dólares;
- investimentos feitos por empresas de capital maioritariamente público no total de 286 mil milhões de dólares;
- financiamentos provenientes de bancos maioritariamente públicos e outras instituições financeiras e que totalizam 88 mil milhões de dólares anuais, em média, em 2013 e 2014.
O Reino Unido destaca-se entre os membros do G20 onde se verificou um aumento significativo dos subsídios para os combustíveis fósseis nos últimos anos, ao mesmo tempo que assumiu o corte de subsídios às energias renováveis (sobretudo solar) e à eficiência energética. As associações de defesa do ambiente esperam que esta e outras revelações possam trazer constrangimentos para alguns países que querem assumir uma posição de liderança na próxima cimeira do clima em Paris, mas cujas políticas internas mostram uma realidade distinta dos compromissos que assumem internacionalmente.
O próximo dia 14 de novembro será marcado por um apelo global para exigir aos líderes mundiais a eliminação gradual dos subsídios perversos aos combustíveis fósseis. Para mais informações, clique aqui.
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Aquecimento global prestes a ultrapassar o limiar de 1ºC
As temperaturas globais estão a aumentar mais de um grau acima dos níveis pré-industriais, de acordo com dados da Agência Meteorológica Met Office do Reino Unido.
Os dados obtidos entre janeiro a setembro deste ano já se encontravam 1,02ºC acima da média entre 1850 e 1900.
Se o aumento de temperatura permanecer como previsto, 2015 será o primeiro ano a transpor um dos limiares-chave do aquecimento global.
O mundo estará, então, a meio caminho em direção ao limiar dos 2ºC, a partir do qual já não será possível evitar as piores consequências das alterações climáticas ao nível global.
Estes dados trazem a certeza para uma ação urgente durante as negociações, em Paris, no final deste mês para definir um novo tratado climático global.
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Estradas elétricas podem estar a caminho da Inglaterra
Os britânicos poderão "brevemente" conduzir em estradas elétricas, segundo planos divulgados pela Highways England.
A agência governamental anunciou estar a analisar a possibilidade das auto-estradas e estradas principais serem equipadas com tecnologia sem fios de transferência de energia, que poderia ser colocada por baixo do pavimento da rodovia.
A Highways England completou já um estudo de viabilidade e de execução financeira, depois do Governo se ter comprometido em disponibilizar 500 milhões de libras nos próximos cinco anos para manter o país na vanguarda tecnológica.
Utilizando a mais recente tecnologia de transferência de energia, o projeto iria basear-se na construção de redes sem fios debaixo das auto-estradas e estradas principais de todo o país, permitindo que os veículos elétricos recarreguem as suas bateriais enquanto circulam.
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"Enfrentar as alterações climáticas já!", alerta coligação de prestigiadas instituições britânicas
Uma coligação inédita de prestigiados organismos científicos, médicos e da engenharia britânicos defendeu, num comunicado recentemente divulgado, a necessidade de medidas imediatas por parte dos Governos mundiais de modo a evitar as piores consequências das alterações climáticas.
O comunicado conjunto de 24 instituições académicas e profissionais afirma ainda que combater o aquecimento global terá também benefícios ao nível do desenvolvimento económico e da saúde humana, pela redução da poluição atmosférica, bem como melhorias no acesso a bens como energia, água e alimentos.
Para haver uma possibilidade real de manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC - reconhecido internacionalmente como o limite de perigo - o mundo terá de erradicar todas as emissões poluentes nas próximas décadas.
A Academia Britânica é uma das instituições a subscrever este comunicado. O seu presidente e economista climático Lord Nicholas Stern afirma que David Cameron e o Reino Unido têm particular responsabilidade na luta contra as alterações climáticas. "O Reino Unido protagonizou a liderança mundial tanto na revolução da ciência moderna como na revolução industrial. Devem fazê-lo novamente na criação de um mundo mais seguro, limpo e próspero", afirmou Stern.
Instituições subscritoras:
Academy of Medical Sciences, Academy of Social Sciences, British Academy, British Ecological Society, Challenger Society for Marine Science, Geological Society, Institution of Civil Engineers, Institute of Physics, Institution of Chemical Engineers, Institution of Environmental Sciences, Learned Society of Wales, London Mathematical Society, Royal Astronomical Society, Royal Economic Society, Royal Geographical Society, Royal Meteorological Society, Royal Society, Royal Society of Arts, Royal Society of Biology, Royal Society of Chemistry, Royal Society of Edinburgh, Society for General Microbiology, Wellcome Trust, Zoological Society of London
Tradução parcial do artigo mais extenso disponível da página do jornal The Guardian